Na entrevista com a Agência PARLASUL, o Dep. Alberto Asseff (FRENTE RENOVADOR) que apoia a pré-candidatura de Sergio Massa para a Presidência na Argentina, e também é Parlamentar do MERCOSUL afirmou que se os “países do MERCOSUL atuassem coordenadamente poderiam se ter muitas mais oportunidades”.
Por Pablo Barrone
Passaram mais de 24 anos desde a criação do MERCOSUL, que avaliação o senhor faz dele?
Faço uma avaliação crítica, nem muito otimista, nem muito pessimista, esperançado. É evidente que as expectativas daquelas memoráveis reuniões entre Raúl Alfonsín e José Sarney, e depois já a formalização do Protocolo inicial, fundador do MERCOSUL, faz já 24 anos e a realidade de hoje, é deficitária; mas de todas formas continua sendo algo latente e uma esperança, muito mais estendida nos povos do que parece à primeira vista. Me dá a impressão de que há consciência da necessidade da integração, mais além de que nos há custado muito avançar tudo aquilo que acreditamos que precisávamos fazer.
Quais considera que são os principais logros e desafios do MERCOSUL?
O primeiro logro é que há uma consciência de pertencia mais além de algumas disputas e alguns protestos e algumas rebeldias ou ameaças de não cumprir com as normativas básicas de atuar como bloco, mas creio que a consciência de pertencia é um logro.
Outro logro é que em alguns aspectos temos avançado em matéria de conectividade física, tem se logrado avançar em matéria de infraestrutura terrestre, de complementação energética. Falta muito, mas é evidente que não estamos trabalhando com toda a intensidade que deveríamos.
Por exemplo, não estamos fazendo um trabalho conjunto para ganhar mercados no mundo. Não somente com outros blocos, senão também com países individualmente considerados. Acho que se os seis países do MERCOSUL atuassem coordenadamente poderiam se ter muitas mais oportunidades na África ou no Extremo Oriente; poderiam se defender melhor algumas situações como por exemplo a complicação que tem a Argentina com a restruturação da sua dívida e dos juízos iniciados pelos Hold-Out, que em definitiva prejudicam toda a região em forma indireta porque geram um manto de desconfiança dos capitais que poderiam investir. Pelo tanto teríamos que atuar coordenadamente em afrontar esta situação e lograr uma solução.
Outro tema que me parece há sido bastante importante nos avanços é em matéria de segurança, de coordenação de exercícios militares de treinamento e de preparação em forma conjunta, porque isso contribui a sepultar todas as desconfianças. O mesmo que a seguridade mutua que temos nos dado em matéria de desenvolvimento nuclear com o Brasil, e isso redunda em benefícios com toda a região e com o MERCOSUL em especial.
Há avanços concretos e há também muitas necessidades e temas pendentes.
E nesse contexto, como visualiza o Parlamento do MERCOSUL?
O Parlamento do MERCOSUL precisa se visualizar, e chegar à sociedade civil muito más.
Precisa todo um trabalho institucional de instalação em toda a região, em todos os países do MERCOSUL. Que se valore seu papel, entanto seja um órgão consultivo, que formula recomendações, de todas maneiras pode se hierarquizar, elevar sua voz para fazer alguns assinalamentos sobre o cumprimento do Protocolo de trabalho infantil, questões que têm que ver com o narcotráfico, com o crime transnacional, com tudo aquilo que têm a ver com o movimento de pessoas, que tem que se facilitar ao máximo possível dentro do que é própria normativa do MERCOSUL.
Teríamos que chegar com as recomendações do PARLASUL a ter uma sorte de cidadania do MERCOSUL que seja, mais que uma declamação, que seja uma realidade que rija nos fatos cotidianos e que facilite esse sentido de pertencia.
O PARLASUL precisa se hierarquizar e se fazer conhecer e demostrar que é capaz de trazer benefícios concretos aos povos.
Temos que trabalhar também na comunidade cultural, há muitos prejuízos, muitos temas tabus, muitas separações mentais que temos que superar. Por isso temos que elaborar um texto básico de história do MERCOSUL, destinado a que todos os Escolares, desde o ensino básico até se graduar em secundária tenham elementos e dados da história que sejam compartilhados, que nos conectem, que nos comuniquem, que consigam nos empatizar aos povos.