A 47ª Cúpula de Presidentes do MERCOSUL que se realizou na cidade de Paraná – Argentina, contou com a presença de vários mandatários da região.
Da reunião participaram a presidenta da Argentina, Cristina Fernández, a brasileira Dilma Rousseff, quem recebeu a titularidade do bloco para o próximo semestre, o presidente uruguaio José Mujica; o paraguaio Horacio Cartes; o venezuelano Nicolás Maduro e o presidente da Bolívia, Evo Morales, entre outras autoridades.
Um dos temas principais tratados pelos Chefes de Estado, foi o ingresso definitivo da Bolívia como Estado Parte do MERCOSUL. Já que ainda falta a aprovação nos parlamentos do Brasil e do Paraguai. Os mandatários estimaram que no primeiro semestre de 2015 estes parlamentos ratificarão a incorporação do Estado Plurinacional da Bolívia.
Também se registraram firmes avanços na integração produtiva de sectores da indústria naval, petroleira e de brinquedos; a criação de um grupo de trabalho para avançar no intercâmbio tributário com países extra-região; um acordo marco com Líbano e Tunísia; reuniões de trabalho com a União Económica Euro-Asiatica; a reunião ministerial com a Aliança do Pacifico; o acordo UE-MERCOSUL, onde o bloque já têm sua lista de ofertas e continua à espera da UE; e por último, a aprovação da placa única do MERCOSUL.
Após receber a Presidência Pro Tempore, a Presidenta Dilma Rousseff ressaltou a solidez que o bloco há alcançado nestes anos, assinalando que “O MERCOSUL continua sendo o principal receptor de investimentos estrangeiros no continente”. Porém, destacou que “Devemos recuperar a fluidez do comercio intrabloco“.
Por último, remarcou as políticas do bloque a respeito dos direitos e benefícios dos cidadãos, disse “O MERCOSUL está cada dia mais próximo das pessoas, como vemos com o livre trânsito, poder habitar em qualquer país, a placa única de veículos é um avanço importante”.
O presidente do Paraguai, Horacio Cartes expressou, "Temos o propósito de contribuir ao MERCOSUL, somos conscientes da sua importância. Temos sido persistentes e temos posto nosso olhar no futuro", assinalou. Cartes remarcou que a integração do bloco deve ser dirigida para "criar as melhores condições de vida" da população.
"Fortalecer o MERCOSUL, é uma tarefa comum que nos obriga a priorizar o consenso para poder projetar-nos no marco de um contexto internacional mais exigente e competitivo".
Por sua parte, o presidente José Mujica do Uruguai, anunciou a intenção de construir um "porto de águas profundas propriedade dos governos do MERCOSUL" com "soberania dos governos" para que "sirva como ponto de apoio a todos os países da região".
Segundo Mujica, "Não podemos estar discutindo indefinidamente da zona franca de guardas que se põem na fronteira e não encarar uma discussão de problemas de fundo que nos unem para sempre". Ele defendeu uma integração profunda e disse "Se não somos capazes hoje de ir construindo essa integração vamos deixa-la pulverizada para nossos descendentes frente à influência de três ou quatro superpotências".
Fazendo uso da palavra, o Presidente da República Bolivariana da Venezuela Nicolás Maduro, espera que “se receba uma grande solidariedade por parte do MERCOSUL a respeito das sanções dos Estados Unidos contra funcionários venezuelanos”.
E mencionou que “buscará o apoio de todo o bloco para fomentar a produção venezuelana. Reconheceu que o preço internacional do petróleo cru não é alentador e é necessário que o país tenha variantes produtivas”.
O Presidente da Bolívia, Evo Morales, questionou algumas medidas que atentam contra a comercialização no bloco, referiu-se à recente desvalorização do Brasil e sentenciou que "a baixa do petróleo é uma clara agressão económica contra Venezuela e Rússia".
A presidenta da Argentina, Cristina Fernández, disse que “é impossível se integrar ao mundo se não se está integrado regionalmente”, e que "não pode haver desenvolvimento nem crescimento se não é de caráter inclusivo".
Em nome do MERCOSUL, a mandataria argentina, agradeceu e felicitou ao povo cubano e seu Governo por iniciar um processo de normalização das relações com os Estados Unidos "com absoluta dignidade e em pé de igualdade".
Finalmente, agradeceu a seus pares do MERCOSUL o “forte apoio da região na sua luta contra os fundos abutres” dando passo à entrega da Presidência Pro Tempore ao Brasil.