Nesta sexta-feira 12 de setembro, a Presidenta do Chile, Michelle Bachelet chegou a Montevidéu para se encontrar com seu homólogo José Mujica, Presidente da República Oriental do Uruguai, em visita oficial e assinar acordos tributários, de cooperação e em direitos humanos.
Os mandatários em coletiva de imprensa ressaltaram o excelente nível das relações entre seus países. Por sua parte, o Presidente uruguaio destacou que sempre estarão abertos ao povo chileno, “queremos participar na multiplicação econômica, comercial e política (…) temos uma preocupação constante e permanente, para estreitar o vínculo com a costa do Pacífico”.
A mandatária chilena afirmou que esperam seguir avançando em temas como infra-estrutura, educação, ciência, tecnologia, energia e transporte, também em direitos humanos, e acrescentou os avanços nos temas de gênero, já que o Ministério da Mulher do Chile e o Instituto da Mulher do Uruguai estão trabalhando em conjunto: “Chile tem que aprender do Uruguai em questões de gênero”, indicou.
Também comentou que em matéria de Direitos Humanos, a recente criação de uma sub-secretaria de Direitos Humanos no país, já que a “41 anos do golpe de Estado no Chile, tem que se continuar avançando em mais verdade e mais justiça”, declarou Bachelet. Seu homólogo explicou que o Estado uruguaio tem encontrado um campo de limitantes que não ha podido superar, “esta vai ser uma partitura inconclusa da nossa historia”, afirmou Mujica.
Por outro lado, a Presidenta do Chile destacou que ambos os mandatários conversaram sobre o Acordo de Livre Comércio Transpacífico – TPP –, um ambicioso acordo de livre comércio em negociação a ser integrado pelos EUA, Canadá, Austrália, Japão, Malásia, México, Perú, Vietnam, Brunei, Chile, Nova Zelândia e Singapura. A idéia do Chile é incorporar mais países da América Latina no acordo e afirmou que o Uruguai será convidado em um futuro próximo, ao finalizar a atual etapa de negociação entre os membros fundadores.
Sobre outra área de livre comércio onde o Chile é sócio pleno junto ao México, Peru e Colômbia – a Aliança do Pacífico – Bachelet ressaltou que “(…) o Pacífico não deve dar as costas ao Atlântico”. E reafirmou que logo haverá uma reunião de chanceleres para abordar quais são as áreas de convergência dentro da diversidade entre o MERCOSUL e a Aliança do Pacifico para avançar.
O Presidente uruguaio reconheceu que oportunamente se conversou com o Brasil sobre a necessidade de tentar fazer acordos, “(…) temos a necessidade de estabelecer pontos de apoio com os países do Pacífico, já que proliferam os TLC”. Mujica remarcou que apesar da existência de mais de 350 tratados de livre comércio assinados e 150 tratados em vias de se assinar no mundo, “o que menos há é livre comercio. (...) O Mercosul está em um processo de renovação de autoridades, em especial o Brasil, devemos esperar até novembro e ver que cartas temos”, declarou.
Guantánamo
Sobre a prisão de Guantánamo e o refúgio a alguns presos que o governo uruguaio decidiu oferecer, o Presidente Mujica indicou que há “vontade política de cumprir com o governo dos Estados Unidos”, argumentando que existe uma quantidade de pessoas que jamais deveria ter sido presas (…), “fez-se um negócio com essa prisão, é uma vergonha humana que exista algo desse tipo”, expressou. Já Bachelet acrescentou que somente agora se iniciou o processo de conversação sobre esse tema e que será avaliado em seu justo momento.
Esta visita concluiu com a assinatura de um Acordo de intercâmbio em matéria tributaria, um Memorando de entendimento para o intercâmbio de documentação para o esclarecimento de graves violações aos Direitos Humanos cometidos pelas ditaduras que assolaram ambos os países nos anos 70 e 80; e por último, uma Declaração conjunta de cooperação e desenvolvimento para o programa de cooperação 2014 – 2016 entre Uruguai e Chile.
Agência PARLASUL ms – rr - as