O Brasil terá de se tornar mais competitivo no mercado internacional ao mesmo tempo em que se prepara para maior abertura do próprio mercado. Essa foi a principal mensagem transmitida ontem aos membros da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul (Parlasul) por empresários da Coalizão para a Competitividade da Indústria de Transformação, durante café da manhã no Senado. O tema do encontro foi o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia.
Até o fim de maio, representantes dos dois blocos econômicos tentarão um acordo de livre comércio. Caso haja consenso, haverá um prazo de 15 anos até que 90% do comércio entre os blocos se torne livre de tarifas. Esse prazo, segundo representantes da indústria, será fundamental para que se reduza o custo Brasil, que diminui a competitividade da indústria devido à alta tributação, à complicada burocracia e à precária infraestrutura.
— Se hoje entrássemos no ringue para uma luta greco-romana, seríamos como um lutador com febre e pé quebrado enfrentando o gigante europeu. Como a luta vai começar mesmo em 15 anos, precisamos enfrentar o custo Brasil — disse o presidente eleito da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, Carlos ¬Pastoriza.
O presidente da Representação Brasileira no Parlasul, deputado Newton Lima (PT-SP), considerou a negociação do acordo uma “oportunidade extraordinária”. Ele concordou com os empresários, no entanto, sobre a necessidade de dar maior competitividade à indústria nacional.
Vice-presidente da representação, o senador Paulo Bauer (PSDB-SC) observou, durante o debate, que, no caso da negociação entre os dois blocos econômicos, “não há oposição ou situação”, mas sim a defesa dos interesses brasileiros. Para ele, é preciso criar uma “relação comercial duradoura”, com regras estáveis, para não impor dificuldades aos empresários. Também participaram da reunião os senadores Wilder Morais (DEM-GO) e Ana ¬Amélia (PP-RS).
Fonte: Agencia Senado