No dia de hoje, 7 de abril, o Parlamento do MERCOSUL retomou suas Sessões com uma considerável agenda.
A situação atual na República Bolivariana da Venezuela foi o centro dos debates parlamentares. A Delegação da Venezuela está integrada por parlamentares tanto do governo como da oposição.
Durante a Sessão se deram fortes debates entre os parlamentares, o que prolongou o tratamento do tema por várias horas.
A legisladora do governo Blanca Eekhout questionou os motivos pelos quais se ataca ao governo venezuelano e defendeu a postura dos Estados Partes do MERCOSUL. "Há uma campanha mediática internacional que visa desestabilizar e incrementar a situação na Venezuela, defender a Venezuela é defender o MERCOSUL contra os interesses hegemônicos. Atacam a Venezuela porque é uma das vozes com mais força em matéria de integração regional e sua ativação imediata contra golpes e tentativas de golpes na América Latina”.
Ademais, a venezuelana Blanca Eekhout reflexionou que “o império busca implantar na Venezuela um cenário similar à chamada Primavera Árabe. Se propõe outra Líbia, Iraque, Síria na América do Sul, para logo ir pelo resto da Latinoamérica”, sentenciou a Parlamentar para finalizar sua alocução.
Por sua parte, o parlamentar da oposição venezuelana Pablo Pérez expressou que coincide com a Deputada Eekhout em que “é um assunto do MERCOSUL defender a paz e a democracia na Venezuela, isso sim é um problema do MERCOSUL”, afirmou.
Pérez indicou que participa no processo de diálogo que há realizado o governo da Venezuela. É membro também da comissão política que criou o Presidente Maduro para o diálogo e a paz. “O problema na Venezuela é o não reconhecimento do outro, aí por onde passa o problema da legitimidade na Venezuela”, disse o Parlamentar.
O outro ponto importante no discurso do Parlamentar Pérez foi o referente à suposta violação da Constituição venezuelana. Pérez afirmou que “têm diferenças profundas com as coisas que vêm fazendo Maria Corina Machado, mas que ela é uma parlamentar e deve se atender e respeitar essa condição”, finalizou.
No caso da Delegação do Brasil, o parlamentar Roberto Requião disse que “a luta interna na Venezuela está radicalizada, por algum setor do governo e, sem dúvida nenhuma, por setores significativos da oposição, tanto que Henrique Capriles não pode questionar de forma alguma a legitimidade da eleição de Maduro porque ele mesmo foi eleito por uma margem muito pequena de votos e assumiu o governo de seu Estado, se coloca em uma forma clara pela posição de dialogo”, asseverou Requião.
Requião finalizou sua intervenção dizendo que “é extraordinário que o PARLASUL comece a discutir este tema, porque o problema da Venezuela se quadra na tentativa global de dominação da economia pelos países hegemônicos e o problema interno da Venezuela só pode ser resolvido pela autodeterminação”.
No que respeita à Delegação da Argentina, o parlamentar Guillermo Carmona disse que “na Venezuela há grupos de violentos, alentados por violentos, que tiraram a máscara para mostrar sua violência e estão instigando ações em contra do povo venezuelano e que o estão fazendo em uma aberta ação golpista”.
Finalmente, pela Delegação do Uruguai, o parlamentar Pablo Iturralde manifestou que “felicita a Delegação Venezuelana por trazer o tema para ser tratado e construir um diálogo pela paz”.
Iturralde manifestou que “o que está em questão é como se estabelece um diálogo para que não sigam morrendo pessoas inocentes”, dessa forma, o parlamentar solicitou formalmente que tanto o Observatório da Democracia como a Comissão de Direitos Humanos visitem a Venezuela para acompanhar a situação diretamente.
Manifestações públicas a favor e em contra do governo Maduro
Mais cedo, uma delegação composta pela central sindical do Uruguai PIT-CNT, o partido FRENTE AMPLIO, a FEUU (Federação dos Estudantes Universitários do Uruguai), FUCVAM (Federação Uruguaia de Cooperativas de Moradia por Ajuda Mútua) e a MESA PERMANENTE PELOS DIREITOS HUMANOS do Uruguai entregaram aos Parlamentares governistas presentes na Sessão do PARLASUL uma carta de apoio ao governo venezuelano. (Ver a carta em arquivo anexo)
Por outra parte, um grupo de venezuelanos residentes em Montevidéu se reuniu com alguns parlamentares da oposição para manifestar seu apoio às reivindicações políticas por eles sustentadas.
Finalmente, todos os parlamentares estiveram em favor de apoiar a declaração da Mesa Diretora do Parlamento do Mercosul (PARLASUL), onde se exorta ao diálogo na Venezuela para por fim à violência. As Delegações do Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela expressam nesta declaração que "lamentam a violência que vem ocorrendo nas últimas semanas na Republica Bolivariana da Venezuela e chamam ao fortalecimento do diálogo como verdadeiro instrumento para a construção da paz e a unidade na Venezuela”.