Chanceler uruguaio é chamado ao Parlamento pela situação na Venezuela

Em um debate por momentos muito intenso, o Senador colorado expressou que "(…) as armas de fogo estão de um só lado. Por um lado atiram pedras, pelo outro lado atiram balas". Por outra parte disse que "Não temos direito a permanecer indiferentes. Não podemos fechar os olhos quando matam estudantes, nem jurídica nem humanamente. Não cabe invocar o princípio de não intervenção. Reclamamos a plena vigência dos direitos humanos. E isso é o que falta na declaração do governo uruguaio sobre este tema”, afirmou Pasquet.

Por sua parte o Chanceler Luis Almagro contestou ao senador, questionando quando vai lhe “entrar na cabeça ao senador Pasquet que o governo uruguaio o que expressou foi sua mais enérgica condena a todo fato de violência”.

Pasquet também questionou duramente o comunicado da Chancelaria sobre o conflito na Venezuela, que segundo sua interpretação “se equipara no mesmo rango de violência aos estudantes que atiram pedras com os grupos armados que atiram balas; aos manifestantes desarmados por um lado e a guarda bolivariana e os motociclistas armados chavistas por outro”, manifestou o legislador.

Almagro leu em várias ocasiões o texto da declaração do Estado uruguaio do dia 14 de fevereiro que assinala “defende ferventemente a liberdade de expressão pacífica, repudia todo tipo de violência e intolerância que tentem desestabilizar a democracia e suas instituições”.

Visita de Maduro

Maduro

Na última semana, meios de imprensa uruguaios falavam sobre a possível visita do Presidente venezuelano Nicolás Maduro ao Uruguai, no marco da Comissão Binacional de Seguimento e Planejamento Estratégico (COBISEPLAE). Nessa instância devem ser assinados uma série de acordos bilaterais, como são a renovação do contrato para a compra de petróleo cru e seus subprodutos, o incremento da participação acionária da PDVSA em ALUR (Alumínios do Uruguai) e o assessoramento por parte de ANCAP na produção de biocombustíveis.

A visita de Maduro gera controvérsia entre as diferentes forças políticas do Uruguai, uma vez que a oposição ao governo interpreta a visita de Maduro como uma busca de respaldo internacional. “Não se deve receber ao senhor Maduro porque seria um apoio que não corresponde”, assinalou Pasquet.

Por sua parte, Almagro destacou que a viagem de Maduro ao Uruguai ainda não está confirmada, mas que o governo aceitaria a mesma, para habilitar uma instância de diálogo. O senador colorado replicou a isto, que então deveria se convidar também ao líder opositor, Henrique Capriles.

 

Com informações de Presidência, El País, El Observador e La República.