O ex-presidente sul-africano, Nelson Mandela, faleceu aos 95 anos, segundo foi informado pelo atual presidente da África do Sul, Jacob Zuma.
O presidente sul-africano manifestou em uma mensagem na televisão a todo o país: "Nossa nação perdeu seu pai. Nelson Mandela nos uniu e juntos, nós nos despedimos dele". Zuma disse que Mandela se foi em paz, na sua casa de Johanesburgo, rodeado por seus familiares e seus amigos mais próximos. A morte ocorreu cerca das 20h50 hora local, depois de um longo estado de convalescência por uma infecção pulmonar.
"Ainda que nós soubéssemos que este dia ia chegar, nada pode reduzir nosso sentimento de profunda e dolorosa perda. Sua luta incansável pela liberdade lhe deu o respeito de todo o mundo. Sua humildade, paixão e humanidade lhe fez ganhar-se também o amor de todos", afirmou Zuma.
O mundo deteve-se durante algumas horas para chorar a morte do mais querido de seus hóspedes. O homem que após 27 anos de prisão, se transformou no presidente de um país destruído e separado, dentro de um continente que tem sido roubado e abusado durante séculos, em um mundo partido em dois pelos russos e os americanos. Mandela buscou seu próprio caminho, o fez de forma que ninguém fosse excluído e que ninguém lhe devesse nada a ele, porque ele sabia que isso somente causaria mais dor e separação, o sonho que ele tratou de levar a cabo, essa utopia se chamou África do Sul, ainda que imperfeita, ainda hoje marca ao mundo o caminho de que mudar é possível, por pior que a situação seja.
Numerosos líderes mundiais fizeram eco do falecimento de “Madiba”, como era conhecido na sua pátria. Entre eles, o Dalai Lama quem se referiu ao ex-presidente sul-africano como “um grande amigo pelo qual ele sentia grande admiração e respeito”. A Presidenta Dilma Rouseff, do Brasil, disse que “seu exemplo guiará a todos aqueles que lutam pela justiça social e a paz no mundo". A presidenta argentina, Cristina Fernández de Kirchner, expressou um “...profundo pesar pelo falecimento do ex-presidente da África do Sul e referente mundial da luta contra o racismo e em favor dos direitos humanos, Nelson Mandela”, o Presidente José Mujica se manifestou a respeito do falecido líder sul-africano como "um homem de sonhos" ao que se presta homenagem por representar “o melhor da condição humana”. Foi o “irmão maior de todos os lutadores sociais de nosso tempo”, assegurou. Na Venezuela, o Presidente Nicolás Maduro decretou três dias de luto pela sua morte.
Para a Parlamentar do MERCOSUL e deputada brasileira Benedita da Silva, o mundo perde uma das pessoas mais fraternas e que soube conduzir o fim do apartheid na África do Sul sem ódio e rancor. Benedita da Silva, uma das maiores expressões políticas do movimento negro no Brasil e quem já foi governadora do Estado do Rio de Janeiro, conheceu Nelson Mandela junto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Claro que perdemos fisicamente a Mandela, mas o legado que nos deixou é o mais revolucionário que uma pessoa pode conhecer sem ter uma arma na mão”, afirmou Benedita.
Admiração, respeito, humildade e liderança, são os adjetivos que mais se escutam. O mundo chora esta perda, e o desafio das novas gerações será preencher este vazio que ficou, e fazer seu máximo esforço por superá-lo.
Com informações de Agências.
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