Chanceleres do MERCOSUL analizaram relação com outros blocos e segurança informática

Os chanceleres do Uruguai, Argentina, Bolívia, Brasil e Venezuela se reuniram em Caracas para “revisar a agenda integral” do bloco. Após a reunião emitiram três comunicados conjuntos referidos a segurança informática, a proposta de diálogo com os países membros da ALBA, PETROCARIBE e CARICOM para a construção de uma zona econômica complementar e a apresentação do MERCOSUL frente à União Europea.

Este 30 de outubro os chanceleres do Uruguai, Argentina, Bolívia, Brasil e Venezuela se reuniram para revisar a agenda integral do bloco e se pronunciaram em forma conjunta sobre diferentes assuntos.

Construção de uma zona econômica complementar regional

Segundo informação proporcionada pelo Ministério de Relações Exteriores do Uruguai em um dos comunicados emitidos, os chanceleres expressaram a “vontade firme de avançar na construção de uma zona econômica complementar regional para a consolidação da união latinoamericana e caribenha como instrumento para promover o desenvolvimento integral, enfrentar a pobreza e a exclusão social, fundamentada na complementação, a solidariedade e a cooperação”.

Os países reafirmaram seu interesse em iniciar um diálogo com as nações integrantes dos blocos, ALBA, PETROCARIBE e CARICOM “para assim dinamizar as relações econômicas, potenciar o intercambio comercial complementar, equilibrado e que responda aos mais altos interesses do desenvolvimento dos nossos povos”.

“Com esta proposta se procura dar um novo impulso ao desenvolvimento da complementariedade, em função das fortalezas de cada país que permita superar as assimetrias existentes ao interior da região”, manifesta o comunicado conjunto.

Estado atual da negociaçãp MERCOSUL-União Européia

Durante o encontro, os ministros das Relações Exteriores convocaram a uma reunião para o próximo dia 15 de novembro, em Caracas, com o objetivo de consolidar a apresentação da oferta do MERCOSUL à União Européia. Reiteraram o interesse do MERCOSUL em chegar a um acordo que reconheça efetivamente as diferenças de desenvolvimento entre ambos os blocos.

“Isto inclui a potestade de aplicar políticas que preservem os modelos de desenvolvimento com inclusão social, que tem permitido aos nossos países, nos últimos anos, obter taxas de crescimento que posibilitaram não só reduzir as desigualdades sociais ao interior da região mas também contribuir ao impulso da demanda global em um contexto de crise internacional”, declararam de comúm acordo.

Assim também, os chanceleres asseguraram que no desenvolvimento deste processo, o MERCOSUL terá uma posição única entre todos os países.

Acordos sobre Segurança Informática

Na terceira das declarações conjuntas, os chanceleres da Argentina, Bolívia, Brasil, Uruguai e Venezuela celebraram a realização da Reunião de Autoridades e Expertos em Segurança Informática e das Telecomunicações do MERCOSUL, cumprindo o mandado contido na “Decisão sobre o rechaço à espionagem por parte dos Estados Unidos sobre os países da região”, adotada pelos presidentes do bloco, no passado dia 12 de julho em Montevidéu.

Os ministros apoiaram o conteúdo da “Declaração das Autoridades e Expertos em Segurança Informática e das Telecomunicações do Mercado Comum do Sul” que diz, entre outros pontos, “incentivar o desenvolvimento tecnológico e o uso de serviços informáticos na região, e ao mesmo tempo estabelecer medidas, procedimentos e instrumentos para a cooperação entre todos os países membros, em assuntos de defesa dos sistemas de informação com o fim de evitar que corporações transnacionais ou qualquer outra entidade alheia ao bloco possam fazer uso de dados sem autorização de seus proprietários”, expressa o comunicado.

Neste sentido “e conscientes de que as ações de espionagem dos Estados Unidos seguem se acentuando, motivando uma dura crítica a nível mundial”, os Chanceleres se comprometeram a formalizar a criação de uma instância permanente, dentro da estrutura do MERCOSUL, para dar atenção a todos os temas derivados da segurança das telecomunicações na região e contrarrestar as ações que vulneram a soberania de nossos países.

Fonte: Presidência da República do Uruguai