O maior projeto já financiado pelo Fundo de Convergência Estrutural do MERCOSUL (FOCEM) foi inaugurado no dia de hoje (29) pelos presidentes Horacio Cartes, do Paraguai, e Dilma Roussef, do Brasil.
A linha de alta tensão que conecta a Usina Hidroelétrica Binacional de Itaipu a Villa Hayes, cidade que fica na região metropolitana de Assunção, foi financiada com recursos do MERCOSUL com um custo aproximado de USD 320 milhões de dólares. A capacidade do sistema de transmissão vai passar de 2.400 MW para 3.600 MW e a entrega de energia na região da Grande Assunção vai subir aproximadamente 50% em relação ao que já existia.
A linha de 500 Kv conta com uma extensão de 358 km, desde a subestação margem direita de Itaipu até a subestação de Villa Hayes, e ao longo do trajeto foram levantadas 759 torres e 3.036 fundações.
O presidente paraguaio afirmou que as obras conjuntas com o Brasil apenas estão começando e que o objetivo é lograr uma interconexão entre os oceanos Atlântico e Pacífico através do território paraguaio. Cartes reforçou a sua intenção de aprofundar o relacionamento com os sócios do MERCOSUL, em especial, o Brasil.
“Assumo que recém estamos na etapa da cooperação, integração e complementação a que estamos chamados a construir (…) Esta linha de transmissão que hoje se inaugura está inscrita também na linha de obras prioritárias que meu governo encara decididamente para conseguir inserir definitivamente o Paraguai nas vias de desenvolvimento econômico e social em um mundo integrado”, disse Cartes.
No mesmo sentido, Dilma Rousseff ressaltou que a linha de transmissão é o maior projeto construído com recursos do FOCEM e cobrirá 25% da demanda de energia do Paraguai.
“Isso é prova de que o Mercosul está forte e não se limita a comércio, mas promove o desenvolvimento. O Focem é a expressão desse compromisso solidário, que busca superar essas assimetrias perversas. Na nova América do Sul que estamos construindo, é preciso conceber as relações entre Brasil e Paraguai, entre nós e nossos vizinhos, como parte de um projeto maior. Nossas economias são e serão mais interdependentes. Devemos complementar essa ação binacional”, disse.
O Alto Representante do MERCOSUL, Ivan Ramalho, coincide com as palavras da presidenta brasileira. Em conversa com o PARLASUL, logo após a inauguração, Ramalho insistiu que o processo de integração do MERCOSUL já se encontra em outra etapa, uma vez que a área comercial já está consolidada.
“O MERCOSUL começou evidentemente há 20 anos, com o foco grande na questão comercial, o que é natural, mas isso é um ponto consolidado, já que saiu de cinco para 60 bilhões de dólares de comércio intrazona. Acho que agora nós temos que dedicar mais às outras frentes que o MERCOSUL tem na área social, de cidadania, e a correção das assimetrias que ainda existem e persistem, e o FOCEM tem um peso extraordinário para ajudar nesse processo. O MERCOSUL não é só comércio, o MERCOSUL tem muitos outros objetivos. Não somos só comercio ou negócios, somos uma associação de países que tem uma preocupação social muito grande”, remarcou Ramalho.
A presidenta Rousseff manifestou também no ato de inauguração, o compromisso do seu governo de impulsar a construção da segunda ponte sobre o rio Paraná que una o Brasil com o Paraguai.
PARLASUL/IPParaguay/BlogPlanalto