Junto ao parlamentar Barnuevo García estiveram o Vicepresidente da delegação Jean Pierre Audy e as eurodeputadas Pilar Ayuso, Ilda Figueiredo e Esther Herranz e o eurodeputado Emilio Méndez de Valle, e a delegação uruguaia se completava com os Parlamentares do MERCOSUL, Senadores Ernesto Agazzi e Alberto Couriel; e a Presidenta da Comissão de Assuntos Internacionais, Deputada María Elena Laurnaga. Junto a eles se estiveram o Presidente da Comissão de Defesa Nacional, Deputado Javier García e a Senadora Mónica Xavier. E como convidado especial se encontrava o Sr. Geoffrey Barret, Delegado da União Europeia no Uruguai.
No dia anterior, no Edifício MERCOSUL se realizou uma reunião entre os Eurodeputados e vários Parlamentares do PARLASUL. Nesta reunião já se tinham discutido alguns temas, como a crise econômica europeia e os problemas dos emigrantes latino-americanos.
Uma vez que a reunião começou, o principal tema de debate surgiu em forma imediata e se viram os primeiros intercâmbios a respeito. O Acordo de Associação Estratégica União Europeia-Mercosul é um tema de vital importância para ambos os blocos por motivos como podem ser a agilização dos intercâmbios comerciais e os fluxos migratórios entre eles. A respeito disso, o Sr. Yáñez Barnuevo disse "em uma palavra, no terreno político, no terreno da cooperação e em grande parte do terreno comercial há consenso e apoio do Parlamento europeu, não só respeito ao processo de negociação, senão também em quanto a que esta termine com um acordo ambicioso e equilibrado...".
A Parlamentaria Laurnaga fez referência aos processos de união e tomando como exemplo à União Europeia consultou aos Eurodeputados "...interessar-me-ia muito que os senhores Legisladores puderam compartilhar conosco como conseguiram vencer as assimetrias, mas não as econômicas ou de outros campos vinculados com a demografia, etc. etc., senão as políticas. Nós vemos com muita admiração o processo atual do Parlamento Europeu e seu fortalecimento, sobre tudo depois de Lisboa (a Sra. Deputada faz referencia ao Tratado de Lisboa, promulgado em 1º de dezembro de 2009)..."
Por sua parte, o Senador Alberto Couriel, relatou as similitudes entre a atual crise de alguns países europeus com a crise vivida pela América latina nos anos oitenta, o que chamou de "a década perdida".
Recordou Couriel que sempre temos olhado pra Europa para aprender e imitá-la. Mas assegurou que neste momento pode se dar algo diferente; "sinto que a Europa está passando por uma crise muito profunda" e citou ao economista da Cepal, Aníbal Pinto Santa Cruz, quando dizia "nós sempre temos aprendido da Europa e agora a Europa deveria olhar como fomos capazes de resolver os problemas de inflação aos que esse continente não estava acostumado".
O Senador Baraibar remarcou sua preocupação pelo destino da Europa. "Quem pode me dizer - lhes perguntou Couriel-, o que vai ser da Europa em dez anos ou, inclusive, em menos tempo? En que circunstâncias pode alguém se integrar? Pode fazê-lo quando tem a casa ordenada. Essa é uma norma da vida e de sentido comum, também aplicável neste caso" sentenciou o Senador.
A Parlamentaria Portuguesa, Figueiredo, assinalou que existe um retrocesso social muito importante em muitos de "nossos países". Em Portugal, por exemplo, "tem havido problemas com os salários e se realizou uma greve geral, situação que nos leva a tensões sociais. No dia 24 de novembro vai tem uma greve geral e não se sabe que poderá ocorrer depois".
A Eurodiputada Herranz disse que a União Europeia tem sido capaz de se (auto) impor normas de jogo que sempre têm sido respeitadas pelos Estados membros e por isso "tem saído à frente e têm vindo crescendo". Mas como consequências da atual crise, "o que não pode acontecer é que se estabeleçam normas de jogo para depois trapacear-se jogando solitário e dar-lhes as costas aos demais".
O Eurodeputado Audy, para evidenciar o processo europeu, rememorou o que ocorreu depois da caída do Muro de Berlin, em 1989. Segundo Audy, muitos dos atuais Estados membros da União Europeia não estavam receptivos para acolher aos outros Estados que vinham do lado oriental. Mas entre 2004 e 2007 entraram doze Estados membros, dos quais 10 eram antigos países comunistas, mais Chipre e Malta; "é verdade que houve uma reunificação na liberdade e na democracia", disse o Parlamentar francês.