O parlamentar paraguaio Ángel Ramón Barchini aclarou na sua apresentação que contradizendo algum titular da imprensa, América não lhe deu as costas à Europa.
Ademais foi o primeiro dos parlamentares em aludir à falta de uma Corte Suprema de Justiça dentro do MERCOSUL. Barchini expressou que a falta d'esta é uma grande trava à genuína união e que esta é fundamental para afirmar a institucionalidade do MERCOSUL. Nesta direção manifestaram-se também os parlamentares Gustavo Borsari do Uruguai e Eric Salum do Paraguai. Borsari recordou que o Parlamento do MERCOSUL elevou o ante-projeto de norma do "Protocolo Constitutivo da Suprema Corte de Justiça do MERCOSUL" e também da proposta de criação do Observatório de Assuntos Migratórios.
O parlamentar paraguaio Salum recordou que foi co-redator do projeto de criação da Corte Suprema junto ao Parlamentar Adolfo Rodríguez Saá e também reconheceu os benefícios da eleição direta de Parlamentares do MERCOSUL, algo que unicamente se conseguiu na República do Paraguai.
Por sua parte, o Parlamentar paraguaio Alfonso González Núñez remarcou que as resoluções do Parlasul não são vinculantes "são meras decisões" e complementou manifestando aos parlamentares da União Européia que, desde o PARLASUL "somos partidários de avanços nas negociações com a União Européia, não do retrocesso ou do status quo".
O parlamentar brasileiro Dr. Rosinha em uma breve intervenção, interrogou a seus colegas europeus sobre o estado das negociações entre o MERCOSUL e a União Européia. Por outra parte, o parlamentar uruguaio Rubén Martínez Huelmo, Presidente da Representação Uruguaia no PARLASUL, expressou que o PARLASUL é "uma entidade em construção" e é a labor dos parlamentares fortalecerem institucionalmente o bloco.
O último membro do contingente do MERCOSUL em fazer uso da palavra foi o parlamentar Roberto Requião, Presidente da Representação Brasileira no Parlamento do MERCOSUL, quem disse que no MERCOSUL somos representantes da diversidade ao mesmo tempo em que temos uma proposta de unidade e que o Embaixador Samuel Pinheiro é um claro exemplo disso. O parlamentar também falou sobre a necessidade do PARLASUL de sair de seu "estado embrionário", o qual tem neste momento caráter unicamente consultivo e uma posição muito fraca e afirmou que a via é através de "construir propostas que nos qualifiquem no mercado internacional não como Estados individuais, se não como um bloco com a força da soma de nossas partes".
Dos Parlamentares Europeus o primeiro em fazer uso da palavra foi o Presidente da delegação, Luis Yáñez Barnuevo, da Espanha, quem aludiu a favor da concreção do tratado UE-MERCOSUR e que declarou seu apoio pelo aumento das potestades do PARLASUL. E disse que o tratado tem um percurso longo e complexo, mas que os horizontes se vislumbram favoráveis, e que amanhã (terça-feira 1º de novembro) se terá uma idéia mais completa do estado concreto das negociações.
Jean-Pierre Audy, da Francia, vice-presidente da delegação européia, deu uma visão pessoal sobre as negociações do tratado entre ambos os blocos e disse que parecem vir bem encaminhadas, e que "já temos um fracasso, pelo tanto devemos evitar ter outro".
E finalizou falando a Sra. Parlamentar Ilda Figueiredo, do Portugal, quem falou da necessidade de aprofundar as relações entre os povos da União Européia e o MERCOSUL, que nenhuma das partes quer que este seja exclusivamente um acordo de Livre Comercio.
O dia de amanhã, terça-feira 1º de novembro, a delegação européia se reunirá com diversos mandatários uruguaios, principalmente o Sr. Presidente da República Oriental do Uruguai Dom José Mujica.
