A Presidência da Delegação Paraguaia do Parlamento do MERCOSUL manifesta a preocupante incerteza que gera o crescente e complexo desequilíbrio econômico e social da União Européia (UE), como conseqüência da situação crítica da dívida que suportam países e setores importantes do bloco, que ameaçam com agravar a depreciação do Euro e precipitar uma situação caótica e adversa que obrigará aos países membros, particularmente às potencias líderes, a extremar medidas de urgência que resgatem ao maior espaço de integração do planeta da emergência dos riscos de um retrocesso irrecuperável.
Esta Presidência, porta-voz do povo paraguaio no MERCOSUL, exorta ao governo de Fernando Lugo a que aproveitando a Cúpula da Ibero America e da Unasul contate com seus colegas da Argentina, Brasil e Uruguai, Espanha e Portugal a fim de concertar e adotar previsões que diminuam, o en seu caso blindem parcialmente a região das inevitáveis influencias e contaminações com que o aperto europeu impacta e seguirá impactando ao mundo, em proporções e contundências diferenciadas, certamente, mas as seqüelas negativas se derramarão na grande maioria das economias do planeta, sem exceções, a menos que se adotem as medidas preventivas que transformem essa crise em uma oportunidade para gerar novos cenários de negociação.
É hora de conciliar interesses e atuar em Bloco e não esperar que só o Brasil negocie por todos, se bem é certo, que nosso sócio regional tem um papel principal indiscutível como ator global, não é menos certo, que em seu desempenho unilateral defenderá prioritariamente seus interesses nacionais e na medida em que estes sejam afetados promoverá a proteção regional.
É neste cenário, que exigimos, desde esta bancadas paraguaia do Mercosul, ao Poder Executivo que atue com firmeza e não com leveza, máxime que assumirá a Presidência Pro Témpore da Unasul, circunstancia mais do que favorável para tomar a iniciativa e encarar como agenda regional a crise européia, de tal sorte, não só, para registrar um controle de danos de seus perniciosos efeitos, senão para avançar decididamente para uma mudança na ordem mundial, que favoreça aos países em vias de desenvolvimento como o Paraguai de forma a fortalecer e fazer mais sustentável a democracia real.
É nosso desejo, que de uma vez por todas, estas grandes reuniões de Chefes de Estado, transcendam o âmbito estereotipado do protocolo, que vão mais além da "foto oficial" e da hipocrisia dos abraços, que em alguns casos poderão ser muito sinceros, mas na maioria não é reflexo daquilo que os povos esperam de seus líderes e governantes, decisões e atitudes que encarem a soluções de suas necessidades básicas largamente postergadas.
Parlamentar ALFONSO GONZALEZ NUÑEZ
Presidente
Delegação do Paraguai
Parlamento do MERCOSUL