Parlamentares do MERCOSUL defendem o fortalecimento do multilateralismo e pedem uma saída política e humanitária em Gaza

Agência PARLASUL (14/10/2025). No âmbito da 1ª Sessão Extraordinária do Parlamento do MERCOSUL (PARLASUL), realizada em 6 de outubro em Montevidéu, parlamentares de diferentes países convergiram quanto à necessidade de fortalecer o multilateralismo, reafirmar o papel das Nações Unidas e do Tribunal Penal Internacional (TPI), além de avançar em uma solução política baseada no princípio de “dois Estados” para o conflito em Gaza.

Por sua vez, o Parlamentar Gustavo Arrieta (Argentina) abriu o debate destacando o valor do sistema internacional diante dos discursos autoritários. “É urgente e relevante reafirmar a vigência dos organismos internacionais e da cooperação multilateral”, afirmou, ressaltando que o TPI “representa um limite civilizatório frente ao uso ilegítimo da força”. Para Arrieta, o caminho é “mais diálogo, mais diplomacia e mais cooperação”.

Por outro lado, o Parlamentar Bohn Gass (Brasil) defendeu a cooperação diante da violência. “Há um povo que está sendo atacado e violentado… há genocídio, há matança de mulheres e crianças, e nós não queremos guerra”, declarou, conclamando a “manifestações mais firmes e mais vigorosas” da comunidade internacional.

Em seguida, o Parlamentar Derlis Maidana (Paraguai) propôs apoiar os esforços de paz e o direito à segurança de ambas as partes: “Acredito que é oportuno fazer a comunidade internacional compreender a importância de apoiar o plano do Presidente Trump, composto por esses 20 pontos, em busca de uma paz duradoura” entre Gaza, o Estado de Israel e todo o Oriente Médio.

Na mesma linha, o Parlamentar Franco Metaza (Argentina) denunciou a detenção de cidadãos do MERCOSUL em uma flotilha humanitária e pediu “um fim ao genocídio em Gaza”, instando o Conselho do Mercado Comum a avaliar “romper relações com Israel até que haja um cessar-fogo efetivo”.

Em sua intervenção, a Parlamentar Lilia Puig (Argentina) condenou o terrorismo do Hamas e o militarismo indiscriminado. “Povo e governo são duas coisas distintas”, advertiu, reafirmando seu apoio à “solução dos dois Estados” e aos esforços democráticos pela paz.

Enquanto o Parlamentar Gabriel Fuks (Argentina) alertou para a crise do multilateralismo e rejeitou “qualquer intromissão nos assuntos internos de nossos países”, defendendo o fortalecimento da soberania e da cooperação regional.

Por fim, o Parlamentar Paulão (Brasil) denunciou “o genocídio praticado pelo sionismo do primeiro-ministro Netanyahu” e defendeu um mundo sem hegemonias. “Não pode haver hegemonia somente de um país; é fundamental uma ação parlamentar unida”, sublinhou.

Em conclusão, as intervenções evidenciaram um compromisso comum com o fortalecimento do multilateralismo, a vigência do direito internacional e a busca de uma saída política, pacífica e humanitária para o conflito em Gaza. Os parlamentares concordaram que apenas o respeito à legalidade internacional, o cessar imediato das hostilidades e a aplicação efetiva da justiça global, sob o marco da ONU e do Tribunal Penal Internacional, poderão abrir o caminho para uma paz justa e duradoura, sustentada na coexistência de dois Estados e na proteção dos direitos humanos de todos os povos.