Agência PARLASUL (03/06/2025). Nesta segunda-feira (02), a Assembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana (EuroLat) deu continuidade às suas atividades em Lima, Peru, com a realização das reuniões das Comissões Permanentes. Parlamentares latino-americanos e europeus participaram ativamente dos debates que abordaram temas como transição energética, direitos sociais, fluxos migratórios e integração econômica.
O Presidente do PARLASUL, Parlamentar Arlindo Chinaglia (Brasil), que copreside a Comissão de Desenvolvimento Sustentável, destacou a importância da EuroLat como “um espaço para construir posições comuns, abordando temas de inovação, meio ambiente e transição energética”.
Em seguida, o Parlamentar Heitor Schuch (Brasil) apresentou uma proposta do membro do Parlamento do MERCOSUL, Nelsinho Trad, centrada na transição energética como eixo estratégico para o desenvolvimento produtivo, a inovação tecnológica e a integração regional. Schuch afirmou que: “a energia limpa precisa sair da esfera ambiental e entrar também na política econômica. Já não é opcional”, destacando a urgência de incorporar as energias renováveis na agenda econômica do bloco.
Também o Parlamentar Mariano Arcioni (Argentina) defendeu a criação de um marco legal e de um diferencial regional para a atividade extrativa crítica, essencial para viabilizar a transição energética: “O objetivo comum é claro: a descarbonização do planeta.”
Simultaneamente, na Comissão de Assuntos Sociais, copresidida pela Parlamentar Marina Femenía (Argentina), os debates giraram em torno dos desafios sociais e da proteção dos Direitos Humanos. Por isso, o Parlamentar Adolfo Mendoza (Bolívia) destacou que “os cuidados devem ser tratados com continuidade e profundidade, pois enfrentam uma subordinação estrutural que reflete a dominação patriarcal ainda presente em modelos estatais pré-modernos.”
Por sua vez, o Parlamentar uruguaio Conrado Rodríguez expressou sua preocupação com as novas restrições impostas pela Itália para o acesso à cidadania: “uma decisão de um país europeu que afeta nações com fortes laços históricos como Uruguai, Venezuela, Argentina e Brasil.”
Em seguida, durante a reunião da Comissão de Assuntos Políticos, os Parlamentares discutiram os desafios das democracias latino-americanas diante das crises migratórias e das desigualdades globais. A Parlamentar Fabiana Martín (Argentina) enfatizou que “a guerra, a fome e o narcotráfico interessam a alguém. Não podemos ser hipócritas. Devemos agir com moral e tratar o tema com seriedade.”
Da mesma forma, o Parlamentar Nicolás Viera (Uruguai) afirmou que “a migração não é um problema, é uma questão de desigualdade que devemos resolver.” Ambos os Parlamentares reforçaram a importância de criar um Observatório Migratório que forneça dados e soluções concretas ao fenômeno migratório global.
Por fim, na Comissão de Assuntos Econômicos, com a presença do Parlamentar Luis Zúñiga (Bolívia), foi discutido o papel estratégico da integração regional, destacando o comércio, as finanças e a solidariedade como eixos fundamentais para a construção de um futuro comum.
A Delegação do Parlamento do MERCOSUL foi composta pelos Parlamentares: pelo Brasil, o Presidente do PARLASUL e Covicepresidente da EuroLat, Arlindo Chinaglia, junto ao Parlamentar Heitor Schuch; pela Argentina, os Parlamentares Mariano Arcioni, Marina Femenía e Fabiana Martín; pela Bolívia, os Parlamentares Sara Condori, Adolfo Mendoza e Luis Zúñiga; pelo Paraguai, os Parlamentares Derlis Maidana, Dionisio Amarilla e Jazmín Narváez; e pelo Uruguai, os Parlamentares Nicolás Viera, Daniel Caggiani e Conrado Rodríguez.