Agência PARLASUL (10/06/2022). Nesta sexta-feira (10), a Subcomissão Verdade e Justiça sobre a Guerra da Tríplice Aliança, no âmbito da Comissão de Direitos Humanos do Parlamento do MERCOSUL, deu continuidade à segunda Audiência Pública, focada em "Os possíveis crimes contra a humanidade e genocídio durante a Guerra da Tríplice Aliança”.
Nesta Audiência, presidida pelo Parlamentar paraguaio Ricardo Canese, participou o historiador paraguaio, Arq. Jorge Rubiani, quem destacou que "vamos encarar uma tarefa, onde vamos enfrentar um grupo bastante relutante em aceitar que cometeram ultrajes no Paraguai e que por isso, como em qualquer outra finalidade militar, temos que ver com o que contamos, temos que saber quem somos e o que temos que saber sobre nossa história, para que não venham com falácias e argumentos errados para nos fazer desistir do propósito".
Por sua vez, o Parlamentar do MERCOSUL Nelson Argaña consultou sobre a comparação dos acontecimentos da Guerra da Tríplice Aliança com o "Genocídio Armênio", indagando sobre a possibilidade de indenização. A isso, o historiador Rubiani comentou sobre um livro com informações de intelectuais, editado por Arthur Ghukasyan, jornalista armênio em Madri, por ocasião do centenário do (genocídio armênio), ao qual respondeu que "através de um mecanismo de aproximação existem diferentes procedimentos que os armênios fizeram para que o Tribunal de Haia reconheça o genocídio”.
Da mesma forma, explicou que “muitas vezes quando fazemos reivindicações ou quando falamos com as pessoas, não temos nenhuma representatividade, é muito diferente quando há uma solicitação oficial de um governo por meio de representantes e outra muito diferente é a de Rubiani ou Juancito Pérez”.
Esta segunda audiência culminou com as palavras do historiador paraguaio, que leu um artigo publicado no Diário ABC: "Alguns compatriotas ainda se perguntam se é possível um processo do Paraguai contra os membros da antiga Tríplice Aliança, se fosse, o que seria alegado? Roubo de territórios, roubo generalizado do património nacional, genocídio, são os argumentos recorrentes que motivaram a guerra prolongada entre 1865 e 1870, bem como as suas consequências após os 7 anos de ocupação do território nacional que se seguiram à sua consumação. (...) Seria possível exigir algum reconhecimento agora quando nunca o fizemos antes? Porque se o fizermos, devemos exibir uma vontade perfeita com um establishment político partidário unido”.
Da mesma forma, o Parlamentar Canese informou que a Audiência Pública continuará na próxima sexta-feira, 17 de junho, com os palestrantes paraguaios: pesquisador/autor Sixto Cáceres e Eng. José Franco Escobar (descendente do general Patricio Escobar); e a última audiência será na sexta-feira, 24 de junho, com os historiadores Ricardo Candia e Julio César Frutos.
Transmissão ao vivo
A transmissão será simultânea na TV Senado-Paraguai e nas redes sociais Facebook e Youtube do Parlamento do MERCOSUL.
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