Agência PARLASUL (03/06/2022). Nesta sexta-feira (03), a Subcomissão de Verdade e Justiça sobre a Guerra da Tríplice Aliança, no âmbito da Comissão de Direitos Humanos do Parlamento do MERCOSUL, inicia a primeira Audiência Pública, onde o tema principal será "Os eventuais crimes contra a humanidade e genocídio durante a Guerra da Tríplice Aliança".
Segundo a Declaração do Parlamento do MERCOSUL de abril de 2022, e a constituição da Subcomissão de Verdade e Justiça sobre a Guerra da Tríplice Aliança, no âmbito da Comissão de Direitos Humanos do PARLASUL, buscarão saber, antes de tudo, qual é a verdade dos supostos crimes contra a humanidade/guerra e/ou genocídio/extermínio cometidos contra os povos do Paraguai, Argentina, Uruguai e Brasil, no contexto da guerra (1864 - 1870) e, em segundo lugar, com base em uma "verdade consensuada no nível do PARLASUL", se possa avançar em recomendações ao Conselho do Mercado Comum (CMC) a respeito de propostas para o restabelecimento da justiça.
O Presidente da Subcomissão de Verdade e Justiça do Parlamento do MERCOSUL, Ricardo Canese (Paraguai), em suas observações iniciais disse que "pela primeira vez em mais de 150 anos, uma Comissão Parlamentar de alto nível composta pelos países que participaram da guerra da Tríplice Aliança examinará a verdade sobre o que aconteceu naquela guerra, 30 anos após a criação do MERCOSUL e 15 anos após o funcionamento do PARLASUL".
Ele acrescentou que "saudamos este fato, que foi aprovado sem nenhum voto em contra na sessão plenária do PARLASUL, em abril de 2022. A Guerra da Tríplice Aliança foi o conflito de guerra mais importante e sangrento já registrado na América do Sul, e vários pesquisadores e historiadores afirmaram claramente que foram cometidos crimes de guerra graves, que até o momento não foram analisados por nenhum comitê parlamentar".
Em seguida, nesta primeira Audiência, a historiadora paraguaia Noelia Quintana Villasboa fez uma apresentação sobre "Eventuais crimes contra a humanidade e genocídio durante a Guerra da Tríplice Aliança". A posição pessoal da historiadora sobre o número de pessoas que perderam a vida foi que "os pesquisadores paraguaios não consideram os números oficiais, mas sim os números oficiais do Império, Argentina e Uruguai (...) com base em anos de pesquisa, os números estão maquiados para tentar exonerar ou minimizar o crime, há uma cifra que pode ser dita como um extermínio, então é claro que estes princípios são claramente enquadrados como uma guerra de extermínio, e é por isso que mencionei os censos anteriormente para ter uma idéia do dano demográfico sofrido nesta guerra".
Por outro lado, a historiadora Quintana também explicou a respeito do Tratado secreto de Tríplice Aliança que "não foi uma reação espontânea, não foi algo previsto no mês de maio, tem antecedentes muito fortes que remontam a uma reunião na cidade do Paraná em 14 de dezembro de 1857, onde foi realizada uma reunião com os Plenipotenciários da Confederação Argentina e do Brasil, para analisar a questão da navegação dos rios do Paraguai durante o governo de Carlos Antonio López, onde basicamente neste protocolo secreto o Paraguai é mencionado 15 vezes na guerra".
O parlamentar Ricardo Canese informou que a Audiência Pública continuará toda sexta-feira do mês de junho deste ano, onde serão apresentados os seguintes oradores:
Sexta-feira 03 de junho: a historiadora Noelia Quintana.
Sexta-feira, 10 de junho: historiador Jorge Rubiani.
Sexta-feira 17 de junho: pesquisador/autor Sixto Cáceres.
Sexta-feira, 17 de junho: descendente do General Patricio Escobar: Eng. José Franco Escobar.
Sexta-feira, 24 de junho: o historiador Ricardo Candia.
Sexta-feira, 24 de junho: o historiador Julio César Frutos.
Transmissão ao vivo
A transmissão será simultânea na TV Senado-Paraguai e nas redes sociais Facebook e Youtube do Parlamento do MERCOSUL.
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