Diferenças no debate sobre o conflito de guerra Rússia-Ucrânia na Assembleia Euro-Latino-Americana

Agência PARLASUL (14/04/2022). Nesta quinta-feira (14), nas dependências do Congresso da Nação Argentina na cidade de Buenos Aires, encerrou-se a jornada de reuniões e encontros da XIV Sessão Plenária da Assembleia Euro-Latino-Americana (EuroLat), que teve como foco a debate sobre o acesso a vacinas contra a COVID-19, bem como a recuperação econômica e a guerra entre Rússia e Ucrânia.


A Sessão co-presidida pelo parlamentar Oscar Darío Pérez Pineda, para o componente latino-americano, aprovou os relatórios das Comissões Permanentes, fóruns e grupos de trabalho. Em seguida, Javi López, eurodeputado, co-presidiu o componente europeu, onde continuaram as apresentações e debates sobre as propostas de resolução de questões urgentes, que foram aprovadas, exceto a referente ao conflito Ucrânia-Rússia por divergências no Componente latino-americano e europeu.


A esse respeito, o Parlamentar do MERCOSUL, Daniel Caggiani, indicou que "a Europa tem uma visão muito tendenciosa, apoiada pela visão da OTAN de todos os Estados Unidos, e seria bom que a Europa pudesse ter uma visão mais autônoma sobre essa questão", informando que foi proposta uma declaração do componente latino-americano que buscava "apostar no diálogo e priorizar a América Latina e a Europa como zona de paz. "E que façamos os esforços máximos mais do que fornecer armas e armas de guerra, comida, abrigo e um cessar-fogo nesta situação que o povo ucraniano está enfrentando", disse Caggiani.


Por sua vez, o Parlamentar do MERCOSUL, Oscar Laborde, explicou sobre a posição do componente latino-americano, destacando que "existiam posições diferentes, mas concordavam com a preocupação que tinham com o que está acontecendo na Ucrânia. Sim, houve acordo de que era uma intervenção militar, uma invasão e que tinha que haver um diálogo. A ênfase nas diferentes posições (com o componente europeu) impediu que houvesse um documento comum. O componente latino-americano formado pelo PARLASUL, também baseado em documento aprovado pela Mesa Diretora do PARLASUL, propôs um documento que acabou não tendo a maioria possível porque neste caso era necessário ter maioria em ambos os componentes, entre o componente europeu e o latino-americano. Com o qual não há posição comum.


Da mesma forma, o Parlamentar do MERCOSUL Arlindo Chinaglia explicou que "antes da reunião da Eurolat, houve a decisão do Parlamento Europeu que por ampla maioria aprovou uma moção que condena a Rússia pela invasão na Ucrânia. Defende o respeito à ordem jurídica Internacional, tudo aquilo que são valores importantes, mas quando foi discutido aqui no segmento latino-americano, nós acrescentamos outras reflexões. Primeiro essa não é a única guerra lamentavelmente que está em curso no planeta; segundo, nós não podemos desconsiderar, que a defesa da ordem jurídica Internacional não pode ser só para este caso, e a invasão da Síria, e a invasão do Iraque e os ataques sistemáticos que Israel faz aos territórios da Palestina, portanto, relatar o drama humano nos sensibiliza"

 

Por outro lado, as co-presidentes, a Parlamentar do MERCOSUL Julia Perié e a eurodeputada Samira Rafaela, apresentaram os resultados do Fórum Euro-Latino-Americano de Mulheres. Sobre este Fórum, a Parlamentar do MERCOSUL Elena Corregido disse que "ainda estamos muito longe de alcançar os objetivos de 2030, especialmente os direitos das mulheres e meninas, estamos muito longe desses objetivos. Estamos tentando construir um novo pacto social para construir um mundo diferente. Não podemos deixar este mundo cheio de desigualdade, discriminação, onde prolifera o discurso de ódio. Como parlamentar, me sinto desafiado, obrigado a discutir essas questões para ver se podemos mudar algumas coisas".


Encerramento da Décima Quarta Sessão Plenária


Finalmente, na Sessão de Encerramento da Décima Quarta Sessão Plenária Ordinária da Assembleia EuroLat, o Parlamentar Eduardo Valdez, presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados da República Argentina, concluiu seu discurso dizendo que "o diálogo deve servir para esta guerra que nos choca e termina o mais rápido possível". Enquanto o senador Adolfo Rodríguez Saá, presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Senadores, agradeceu aos argentinos pelo apoio na questão das Malvinas, assunto de grande valor para a Argentina: "Estou emocionado com a recepção dos co-presidentes que inseriram no documento e pelo documento que emitimos no componente latino-americano".


Para encerrar, o co-presidente Javi López resumiu as questões mais importantes discutidas nesta Assembleia, destacando "primeiro, o acesso às vacinas; depois, a recuperação econômica; e a guerra da Rússia contra a Ucrânia". Por sua vez, o co-presidente Oscar Darío Pérez Pineda, exortou aos eurodeputados que "os títulos que fizemos não são declarativos, mas têm um conteúdo e é esse conteúdo que espero que a comunidade internacional e os colegas europeus compreendam. Vocês não estão passando pelas dificuldades que estamos passando, sejam porta-vozes e representantes dos milhares de cidadãos da América Latina".