AGÊNCIA PARLASUL (09/12/2020) Na tarde desta quarta-feira (09), teve continuação o Seminário O Desafio dos Corredores Bioceânicos Sul-Americanos, na Integração Regional, organizado pela PARLASUL, com a realização de dois painéis: Estados Subnacionais em Integração Regional e A Supranacionalidade dos Desafios da Integração Regional.
Durante a manhã, a atividade foi iniciada com a participação do Parlamentar Oscar Laborde (Argentina), Presidente do PARLASUL, do Presidente da Comissão Interparlamentar de Acompanhamento da Aliança do Pacífico, Miguel Calisto, e Guillermo Justo Chaves, Chefe da Gabinete do Ministério de Relações Exteriores, Comércio Internacional e Culto da República Argentina. No mesmo turno, também foi realizado o painel “Oportunidades para os Países da Região dos Corredores de Integração Bioceânica”.
A primeira mesa da tarde, "Estados Subnacionais em Integração Regional", foi integrada por autoridades da Argentina e do Brasil que contextualizaram o papel dos governos locais e nacionais na coordenação de estratégias e na realização de obras para a consolidação logística dos corredores bioceânicos.
Nesse sentido, as intervenções começaram com Jorge Capitanich, Governador da Província do Chaco, República Argentina, quem destacou que “temos a necessidade de promover um acordo estratégico entre todos os Estados da América do Sul para fortalecer o MERCOSUL e alcançar a execução de obras de infraestrutura que estejam voltadas para a integração regional.”
Os participantes destacaram que é possível aproveitar a infraestrutura existente para incorporá-la nas novas obras de integração entre o Atlântico e o Pacífico. Do Brasil, o Coordenador Geral de Assuntos Econômicos do Itamaraty, João Carlos Parkinson de Castro, indicou que “a ideia é que todos tenhamos benefícios. O corredor bioceânico, a movimentação de cargas, os investimentos e a criação de novos fluxos comerciais vão gerar empregos em todos os territórios”.
Em seguida, teve início a mesa intitulada “A Supranacionalidade dos Desafios da Integração Regional”, com a participação de Luiz Fagundes, Coordenador do Grupo de Trabalho Estadual da Secretaria de Planejamento do Governo do Estado do Paraná, Brasil, que abriu os debates afirmando que “queremos apresentar a nossa visão sobre a importância da integração sul-americana nas formas, seja ela rodoviária, ferroviária ou fluvial. Precisamos disso na América Latina porque vai transformar não apenas o aspecto econômico, mas também aproximará países irmãos que devem estar cada vez mais próximos.
Sobre o papel do MERCOSUL para a coordenação regional de uma integração bioceânica, Marcelo Brignoni, Assessor da Presidência do PARLASUL, explicou que a estratégia “deve ser proposta desde o ponto de vista político e institucional. Fizemos menção à integração econômica, logística e comercial da América do Sul. Tudo isso deve ter um marco significativo e institucional para consolidar um processo que parece inexorável mas que, no entanto, ainda não se concretizou ”.
A mesa de encerramento da atividade, "Desafios Geopolíticos da Integração Bioceânica Sul-americana", foi iniciada com a participação de Jorge Neme, Secretário de Relações Econômicas Internacionais do Ministério de Relações Exteriores da República Argentina. Para o Embaixador Neme, “os corredores bioceânicos sul-americanos de integração regional são um grande tema considerando as políticas públicas que temos que formular e executar para a pós-pandemia e para a superação definitiva da pobreza que atinge a região. Procuramos criar um tecido social que projete a região no cenário global como um provedor privilegiado de bens e serviços de alta tecnologia."
Dando continuidade ao painel de encerramento, o Parlamentar Nelson Trad Filho, Presidente da Delegação da República Federativa do Brasil no PARLASUL, destacou que “o corredor bioceânico é uma resposta para estimular a recuperação econômica, combater o desemprego crescente e a diminuição do comércio na região, assim como estimular o aumento da competitividade e a abertura de novos espaços econômicos regionais. "
Por fim, o Presidente do PARLASUL, Parlamentar Oscar Laborde (Argentina) agradeceu a participação dos representantes de governos e dos parlamentares, afirmando que “os corredores bioceânicos não são apenas uma ligação entre dois portos. Eles têm que gerar comércio inter-regional, desenvolver as regiões, fazer conexões multimodais e enriquecer o que já existe para contribuir com a mudança de paradigma em direção a uma América do Sul bioceânica¨.