Agência PARLASUL (07/12/2020). Nesta segunda-feira (07) ocorreu o sexto e último evento do “Seminário de Integração Elétrica no MERCOSUL; Situação atual e perspectivas ”, sobre a visão das organizações cidadãs em projetos regionais de Integração Elétrica e sua contribuição para a melhoria do meio ambiente.
Na abertura, o Presidente da Comissão de Infraestrutura, Enzo Cardozo explicou que o tema central é “como a população vê os processos de integração elétrica, principalmente para promover o uso de energias renováveis, substituir a queima de combustíveis fósseis, reduzir poluição e reduzir a emissão de gases de efeito estufa”.
Por sua vez, o Parlamentar Ricardo Canese, membro da Comissão de Infraestrutura, explicou que “a integração elétrica deve ser a favor dos cidadãos, no MERCOSUL devemos caminhar para uma matriz elétrica mais limpa”.
Em seguida, representando as organizações de cidadãos do Paraguai, participou o Eng. Elías Díaz Peña; Coordenador Geral da SOBREVIVÊNCIA, Amigos da Terra, o qual detalhou várias iniciativas em todo o mundo nos setores de energia renovável e sustentável, como a crise climática, mega-barragens e energia solar e eólica.
Peña indicou “a emissão de gases de efeito estufa como uma das causas do aquecimento global”. Da mesma forma, em relação às mega-barragens, impacto social e ambiental, denunciou que “entre 40 e 80 milhões de pessoas foram deslocadas no mundo por grandes barragens. No Paraguai, 25 comunidades de grupos indígenas e minorias étnicas foram deslocadas e sofreram impactos negativos em seus meios de subsistência. As populações mais afetadas vivem próximas aos reservatórios”, detalhou o palestrante.
Nesse contexto, apontou a energia solar e eólica "como fonte de energia e integração energética”. Destacou ainda que essas energias são “abundantes e inesgotáveis, estando distribuídas por todo o planeta", dando assim como exemplo o potencial eólico na Patagônia, “se 10% do terreno for utilizado para a geração de energia eólica, poderá atender o dobro da demanda de eletricidade do mundo em 2020”, argumentou. Embora a energia solar fotovoltaica "seja a energia solar na América Latina, por exemplo, no Chile, o mercado experimentou um crescimento significativo, a capacidade solar instalada aumentou de quase 0 em 2008 para mais de 1,6 gigawatts em março de 2017".
Após o intercâmbio, no encerramento da sexta atividade, os Parlamentares presentes agradeceram a participação de Elias Diaz Peña. E o Parlamentar Ricardo Canese apoiou a proposta do expositor relativa ao aproveitamento de energia solar e eólica.
Por fim, Diaz Peña concluiu que “não promovemos a construção de novas grandes barragens hidrelétricas, mas se queremos avançar para a energia solar e eólica, mas ainda assim o preço é um grande problema, a redução dos custos depende da vontade política, e lobby que as empresas de produção de energia de combustíveis fósseis têm”.
Participaram do evento os Parlamentares paraguaios Enzo Cardozo, Blanca Lila Mignarro, Ricardo Canese e Ramón Pantaleon; os Parlamentares argentinos Jorge Vanossi e Miguel Angel Cusi; o Parlamentar brasileiro Heitor Schuch; da Bolívia, participaram os Parlamentares Sara Condori, Luis Zúñiga, Martha Ruiz Bolivia, Mateo Torres Bolivia e Lisseth Ticona.