Agência PARLASUL (08/10/2020). Na quarta-feira passada (5) Ricardo Merlo, Subsecretário do Ministério das Relações Exteriores e Cooperação Internacional da Itália, deu sua opinião a respeito do papel do MERCOSUL diante a atual Pandemia e o futuro do TLC entre a UE e o bloco regional.
Segundo a Agência Télam, Ricardo Merlo, que também é um argentino de origem italiana e líder do MAIE (Movimento Associativo dos Italianos no Exterior) indicou que "todos os países estão emitindo, estão aumentando o déficit e aumentando a dívida pública". Além disso, o fim da pandemia trará um período em que "não haverá espaço para políticas neoliberais" e será necessário "repensar as políticas econômicas".
Em relação ao plano de recuperação econômica decidido pela União Européia em 21 de julho, através do qual a Itália receberá 209 bilhões de euros (o que representa 52% do produto bruto de toda a Argentina em 2019), o vice-chanceler destacou que 84 bilhões serão recebidos como "fundo perdido", ou seja, não devem ser devolvidos, enquanto o restante inclui "taxas muito baixas e financiamento muito longo e conveniente".
Neste ponto, Merlo insistiu novamente sobre a importância para os países que fazem parte do MERCOSUL em reconhecer "como é importante uma associação regional deste tipo e como ela pode responder em uma situação de crise". Por esta razão, ele enfatizou que "o MERCOSUL deve ser fortalecido para ter uma associação regional que possa servir em situações de crise e em outras situações de expansão, além de, na fase pós-pandêmica, ser orientado para uma economia social de mercados eficientes e inclusivos", afirmou ele.
Finalmente, sobre a posição do MAIE no referendo que a Itália realizará em 20 e 21 de setembro para decidir sobre a redução em um terço das cadeiras em ambas as câmaras, Merlo explicou que o partido votará contra, porque "neste referendo eles também estão votando sobre a redução dos italianos no exterior e nisso não estamos de acordo".
Por sua vez, o Parlamentar do MERCOSUL Daniel Ramundo (Argentina), representante do MAIE na Argentina, explicou que a reforma proposta não é acompanhada, pois "após 50 anos de luta conseguimos ter plenos direitos políticos, que é eleger e ser eleitos. Hoje temos 18 Parlamentares e a reforma impede a permanência de 12 representantes", disse Ramundo, indicando, como fez Merlo, que é desproporcional.
Por outro lado, Ramundo declarou que "continuamos avançando para fortalecer nossas linhas no Parlamento italiano e no Parlamento do MERCOSUL, e o modo de trabalharmos juntos é ter a possibilidade de apoio institucional do que é a cultura parlamentar como a italiana para continuar a aprofundar os acordos que temos planejado através do Ministério das Relações Exteriores para fortalecer e levar a experiência européia".