Agência PARLASUL (11/12/2019). Esta terça-feira (10) no Edifício MERCOSUL se realizou o Fórum da Cadeia Láctea do MERCOSUL organizado pela Comissão de Infraestrutura, Transporte, Recursos Energéticos, Agricultura, Pecuária e Pesca, com o objetivo de discutir as inovações tecnológicas do setor, o comercio intrarregional e sua relação com o acordo MERCOSUL - União Europeia.
O Presidente da Comissão de Infraestrutura, Parlamentar Enzo Cardoso (Paraguai), manifestou quão oportuna foi esta atividade e ressaltou a implementação do Acordo de Associação com a Comunidade Europeia: “um convenio emblemático logo de 20 anos de negociações, que abre um mundo de oportunidades, mas que logicamente também pode trazer alguns riscos que devem de ser neutralizados”.
O evento iniciou com a Mesa de representantes do Uruguai, primeiramente com Vicente Plata da FAO no Uruguai, quem apresentou as tendências e desafios do setor lácteo no contexto da Agenda 2030, “nos países em desenvolvimento, o crescimento da produção está baseado num aumento das manadas num ritmo de 1,4% por ano” e o rendimento da produção "aumentará em 1,9% por ano”, apontou o Representante da FAO.
Também participaram do evento, a Comissão Nacional de Fomento Rural de Uruguai (COPROFAM) com a participação de Fernando López, Secretário de Finanças; do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Alexandra Chaves, técnica em políticas públicas e relações internacionais; e Carlos Mermot Salvino, Coordenador Geral do Fida-MERCOSUL, projeto que promove o diálogo sobre políticas públicas no âmbito da agricultura familiar e da seguridade alimentaria no Cone Sul da América Latina.
Posteriormente, durante o painel de representantes do Brasil, estiveram presentes, Guilherme Portella dos Santos, Vice-presidente do Sindicato das indústrias de Laticínios e produtos derivados em Rio Grande do Sul (SINDILAT-RS); e Nestor Bonfanti, Diretor da Federação de Trabalhadores em Agricultura do Rio Grande do Sul. Para Bonfanti, o MERCOSUL é prejudicial para o leite brasileiro, sendo imprescindível uma revisão “seja através de cotas ou com outras possibilidades que podem ser discutidas, principalmente num momento em que estamos fechando um acordo com a União Europeia, fato abre mais espaço para o diálogo com o setor. É necessário também, abrir o MERCOSUL para que o produtor brasileiro possa comprar insumos dos países vizinhos com preços mais baratos”.
Nesse sentido, o Parlamentar brasileiro Heitor Schuch remarcou que “ou o poder público realiza salvaguardas ao setor lácteo ou a agricultura familiar estará passível de terminar, porque todos os países querem aumentar a produção e exportar mais, no entanto, não aceitam a importação. Cada quem busca proteger seu produto”.
Por sua vez, a mesa de representantes do Paraguai esteve conformada pelo Ministério de Agricultura e pecuária do Paraguai, Fátima Colarte; a Associação de Produtores de Leite do Paraguai, María Inés Berkemeyer; e da Câmara Paraguaia da Indústria Láctea (CAPAINLAC), através de seu Vice-presidente Javier González.
A Comissão do PARLASUL conclui manifestando a importância de que os setores relacionados no processo de produção de leite dos países do MERCOSUL dialoguem e possam estabelecer mecanismos, não só para a competência senão também para a cooperação, para poder fazer frente aos países europeus com seus fortes subsídios à produção e, principalmente, a apertura a novos mercados.
Por último o Parlamentar Enzo Cardoso encerrou a atividade agradecendo aos participantes. Também assistiram os Parlamentares da delegação do Paraguai Ricardo Canese, Blanca Mignarro, Atílio Penayo, Neri Olmedo, e Luis Neuman; os Parlamentares da delegação brasileira Heitor Schuch, Maurício Dziedricki, Pastor Eurico, Afonso Motta e Celso Maldaner.