Agência PARLASUL (16/10/2019). Cada 16 de outubro se celebra o Dia mundial da alimentação e por esta razão, na última segunda-feira (14), durante a LXVIII Sessão Ordinária do Parlamento do MERCOSUL, foi aprovada uma Recomendação sobre a alimentação no âmbito do MERCOSUL, tema principal da Frente Parlamentar contra a Fome, além de ser um Objetivo da Agenda 2030.
Através desta Recomendação, o PARLASUL busca enfatizar a luta contra a fome e a alimentação saudável para evitar o crescimento da obesidade na região. A esse respeito, durante a Plenária, o Parlamentar argentino Gastón Harispe indicou a importância de buscar a “promoção de iniciativas de conscientização e organização de atividades vinculadas, não somente com a produção de alimento, mas também com tudo relacionado a má nutrição e a desigualdade que gera as políticas de fome”.
Por sua parte, o Parlamentar brasileiro Carlos Gomes, Presidente da Comissão de Desenvolvimento Sustentável, apoiou o documento destacando que “existe um novo estudo onde 820 milhões de pessoas passam fome e recomendações como esta buscam conscientizar sobre a situação dessas pessoas”.
Também o Parlamentar brasileiro Celso Russomanno acrescentou que no Brasil estão instalando uma Comissão para discutir o tema sobre a doação de alimentos. “Nos restaurantes e supermercados são toneladas de alimentos que todos os dias poderiam ser doados à população, mas por ausência de uma legislação, esses alimentos vão para o lixo”, ressaltou o Parlamentar.
Por outro lado, o Parlamentar argentino Alejandro Karlen destacou que Argentina “produz alimentos para 400 milhões de pessoas e há 15 de milhões de pessoas que não tem garantida a comida (…) o problema da alimentação nasce desde o momento da gestação, os primeiros 1.000 dias de vida são chaves para o desenvolvimento da criança”.
Durante o debate, o Parlamentar argentino Gabriel Fidel exortou ao Plenário, reivindicando a segurança alimentar como um Direito Humano, tomar o tema da segurança alimentar como um assunto global do MERCOSUL e definir a importância da soberania alimentar na região.
Já o Parlamentar brasileiro Odair Cunha destacou que “a luta contra a fome não é uma questão de solidariedade, é uma questão de política pública, de direitos; a soberania alimentar significa que necessitamos garantir a nossos povos uma alimentação de qualidade e a quantidade necessária”.
Através dessa Recomendação, também se busca articular foros e espaços de diálogo e reflexão com a sociedade civil e setores da produção de alimentos, assim como os governos e Parlamentos, para gerar ações multissetoriais e interdisciplinárias em unidades acadêmicas e espaços públicos; assim como promover iniciativas participativas e de conscientização do direito à alimentação e os direitos sociais dos produtores de alimentos.