Diálogo com China na Agenda externa do Parlamento do MERCOSUL

Agência PARLASUL (04/10/2019). Na última LXVII Sessão Plenária foi aprovada a Recomendação que insta ao Conselho do Mercado Comum (CMC) a iniciar um diálogo com a República Popular China. A recomendação visa como objetivo abrir futuras negociações de um tratado de múltiple cooperação em diversas áreas.

A Recomendação foi aprovada pelo Pleno, tomando em conta a necessidade de atualizar a agenda externa do MERCOSUL e que permita a busca de novos mercados e oportunidades para o bloco.

Este tema foi apresentado pelo Parlamentar paraguaio Ricardo Canese, quem indicou que estas negociações “podem ajudar a que toda a região tenha uma possibilidade de avançar nos campos científico, tecnológico, cultural, ambiental, climático, produtivo, de infraestrutura e comercial”. Assim também, durante a discussão, os Parlamentares argentinos Julia Perié, Diego Mansilla, Mario Metaza e Humberto Benedetto apoiaram a iniciativa.

Do mesmo modo, a Parlamentaria argentina Lilia Puig propôs modificações ao Projeto para acrescentar o termo “sem uso dual no científico e tecnológico”, para garantir que na cooperação não se inclua “opções com caráter militar, evitando riscos com problemáticas de conflitos nucleares”.

Puig também argumentou que “se tratando da China, membro dos países que produzem armas nucleares, o fato de ficarmos envolvidos em uma produção científica e tecnológica que tenha uma vinculação com questões nucleares, faria que nossos países que não produzem armas nucleares, ficássemos indiretamente involucrados”.

Por outra parte, o Parlamentar Canese indicou que o único país do MERCOSUL que não tem relações diplomáticas com a China é o Paraguai. Pelo que é importante destacar que a proposta de chegar à China através do MERCOSUL, foi dada a conhecer pelo próprio presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, em uma entrevista exclusiva concedida a um canal a cabo local no último mês de junho deste ano.

O Ex-ministro de Agricultura e Pecuária (MAG) do Paraguai, Denis Lichi, também informou à imprensa local que China “é um dos mercados mais importantes que tem nossos países vizinhos como Brasil e Argentina, (...) eles estão apostando fortemente na China (…) também produtos como grãos, soja, arroz, poderíamos estar exportando”, finalizou Lichi.

Leia a íntegra da Recomendação