Agência PARLASUL (13/06/2018). O Parlamento do MERCOSUL, através da Comissão de Infraestrutura, aprovou dois atos referentes a projetos ferroviários. O primeiro uma Declaração sobre a VI Reunião do Grupo de Trabalho, do Corredor Bioceânico, na cidade de Salta na Argentina; e o segundo, uma Recomendação sobre o impulso aos planos ferroviários interoceânicos.
Brasil, Bolívia, Paraguai, Peru e Uruguai são sócios do Corredor Ferroviário Bioceânico de Integração (CFBI), mas o Ministro de Obras Públicas da Bolívia, Milton Claros considerou que Argentina “mais cedo ou mais tarde vai se unir”. Em tal sentido, Parlamentares do MERCOSUL, declararam lhe outorgar caráter preferencial e de alto interesse para o Parlamento, à VI Reunião do Grupo de Trabalho do Corredor Bioceânico, Campo Grande – Puertos del Norte do Chile, que se realizou, nos dias 4 e 5 de junho deste ano, na província de Salta, Argentina.
É importante assinalar que ao finalizar esta reunião, foi estabelecido que o próximo encontro seja realizado no Paraguai, antes de fim de ano, onde continuarão analisando aspectos relacionados com obras públicas, logísticas e transporte; produção e comércio; simplificação dos procedimentos em fronteiras; rede de universidades; ademais de exposições de expertos de diferentes países.
Ademais, este 15 de junho, se realizará na cidade de Lima, Peru, um encontro entre os países sócios do trem Bioceânico, para avançar em temas de pre-investimento e execução do mega-projeto. “Tem se conseguido consolidar e confirmar a reunião dos cinco países, estamos falando de Peru, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai”, disse o Ministro Milton Claros, a um meio de imprensa local. Também informou que o Presidente boliviano Evo Morales e seu par da Rússia, Vladimir Putin, falarão do Projeto ferroviário na reunião que tem prevista para os dias 13 e 14 de junho no Kremlin.
PARLASUL recomenda impulsionar planos ferroviários interoceânicos
Parlamentares do MERCOSUL recomendaram ao Conselho do Mercado Comum (CMC) realizar um estudo sobre a conveniência das ferrovias interoceânicas. Também recomendaram participar nas reuniões da “Nova Rota da Seda”, que convoque à República Popular China, para entregar o referido estudo da rede ferroviária sul-americana.
As ferrovias interoceânicas que serão estudadas são as seguintes:
(a) a compreendida entre o Porto brasileiro de Santos, passando pela Bolívia e chegando ao porto de Illo, Peru, com conexão até Assunção, Paraguai;
(b) a compreendida entre o porto brasileiro de Paranaguá, passando pelo sul do Paraguai e Argentina, e chegando ao porto chileno de Antofagasta;
(c) a ferrovia que une Buenos Aires com Mendoza e Santiago de Chile;
(d) uma ferrovia que interconecte Equador, o norte do Peru, Colômbia e Venezuela; e
(e) uma ferrovia norte – sul, que una as ferrovias interoceânicas anteriores.
Se esta interconexão ferroviária fosse conseguida, tal qual se propõe, a maior parte da América do Sul e do MERCOSUL estaria fortemente interconectada entre si pelas ferrovias e, ademais, existiriam quatro sólidos corredores ferroviários entre os oceanos Atlântico e Pacífico, com o qual, a região poderia propor à China que a América do Sul e o MERCOSUL formem parte da “Nova Rota da Seda” com uma ampla interconexão ferroviária e, a partir de portos chilenos e peruanos do oceano Pacífico, e mais ao norte de portos no Pacífico do Equador e Colômbia, com todas as vantagens que isso implica.
Leia aqui os documentos da Declaração e da Recomendação.
