Agência PARLASUL (29/05/2018). O Grupo Político Progressista do Parlamento do MERCOSUL, integrado por Parlamentares da esquerda da Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela, publicou nesta terça-feira (29) uma declaração sobre a intenção da Colômbia em participar como "sócio global" da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Segundo a declaração divulgada, a incorporação da Colômbia à OTAN "supõe uma ameaça à paz regional e pode afetar significativamente o processo de negociações de paz no país irmão sul-americano. Se este acordo for concretizado, estarão seriamente condicionadas as decisões do próximo governo, que será eleito no Segundo turno previsto para o dia 17 de junho".
Os Parlamentares do Grupo Progressista destacaram que os países da região já se manifestaram em diversos instrumentos sobre a importância da manutenção da paz no continente, como a Declaração da UNASUL, adotada na Cúpula de Lima, em novembro de 2012; e a Declaração da CELAC, adotada na sua II Cúpula em Havana, que define a América Latina e o Caribe como Zona de Paz, e sublinha que "a paz é um bem supremo e um anseio legítimo de todos os povos, que a sua preservação é um elemento substancial da integração da América Latina e do Caribe, um princípio e valor comum".
O Presidente Juan Manuel Santos esclareceu nesta segunda-feira (28) que o ingresso da Colômbia na OTAN como sócio global não significa que o país participará das operações militares dessa organização. "Este programa busca trabalhar para a construção da integridade com as forças militares. Não é que a Colômbia se torne um membro da OTAN. Não vamos participar de operações militares da OTAN", explicou o chefe de Estado.
Eleições na Venezuela
O Grupo Progressista também se manifestou sobre as recentes eleições presidenciais, em 20 de maio, na Venezuela, afirmando que "diante das fortes pressões intervencionistas externas e dos chamados internos para desconhecer o ato, igualmente foram realizadas com normalidade e sem violência". O texto do comunicado termina referindo-se as últimas sanções impostas à Venezuela pela Administração Trump, a União Europeia e o desconhecimento dos governos do Grupo de Lima. Nesse sentido, faz um apelo para "enfrentar o bloqueio político e econômico na Venezuela com maior integração sul-americana".
Com informações do Grupo Progressista do Parlamento do MERCOSUL e agências de notícias.