Agência PARLASUL (29/05/18). Durante a LV Sessão Ordinária do Parlamento do MERCOSUL, realizada nesta terça-feira (29), o coordenador do Grupo Político Integração Democrática, Parlamentar Pablo Iturralde, apresentou uma Declaração do Grupo a respeito da atual situação da democracia na Venezuela.
Segundo o texto do documento, na "Venezuela a cada dia é mais evidente o retrocesso democrático, que se expressa com o desconhecimento da Assembleia Nacional como órgão essencial do Poder Legislativo Nacional; com a instrumentalização dos Poderes Públicos Nacionais por ação inconstitucional do Poder Executivo; e com a ignorância dos direitos e garantias básicos que protegem o cidadão contra a ação abusiva do Estado, culminando na celebração de uma Fraude Eleitoral no último 20 de maio de 2018".
A Declaração do Grupo Político também convoca aos Parlamentares do MERCOSUL, ao reafirmar seu compromisso e vocação com a vigência da Democracia e do Estado de Direito, a implantarem "esforços contínuos para fortalecer os sistemas pluralistas dos governos representativos". Esta Declaração destaca a importância da solidariedade e a vigilância internacional para o desenvolvimento de padrões básicos que garantam a dignidade das pessoas na região.
Por fim, o Grupo Integração Democrática entende que "a comunidade internacional deve arbitrar medidas pertinentes para transpor a inquietude e preocupação gerada por esta situação em todas as autoridades nacionais e regionais, com o objetivo de repudiar severamente estes comportamentos antidemocráticos".
A leitura do texto gerou um debate no Plenário, onde intervieram os Parlamentares argentinos Oscar Laborde, Fernanda Gil Lozano, Eduardo Valdés, e, por outro lado, o Coordenador do Grupo Integração Democrática, o uruguaio Pablo Iturralde. Os Parlamentares argentinos denunciaram que a leitura do texto se destinava a gerar uma "operação midiática" e que não respeitava o regulamento interno. Sobre tal afirmação, o Parlamentar Iturralde respondeu que o "problema é que aqui seguimos discutindo o acessório e nunca o principal. O principal é a defesa deste Parlamento do MERCOSUL dos Direitos Humanos dos cidadãos de todo o MERCOSUL".
Diante das fortes asseverações sobre seu "estado psiquiátrico", Iturralde contrapôs que "se meu estado psiquiátrico está em discussão, se querem dizer que estou louco, que digam. Estou louco pela democracia, estou louco pela liberdade, estou louco para que de uma vez por todas se terminem os carniceiros da democracia, defensores da ditadura", afirmou.
Assinaram o documento os integrantes do Grupo Político Integração Democrática, em que participaram Parlamentares da Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela.