Parlamentar Heitor Schuch propõe a implantação de um sistema de cotas para a importação de leite do Uruguai pelo Brasil

Agência PARLASUL (01/02/2018). Durante a LII Sessão Ordinária do Parlamento do MERCOSUL, o Parlamentar brasileiro Heitor Schuch apresentou uma Proposta de Recomendação para que o Conselho do Mercado Comum (CMC) adote providências para a implantação de um sistema de cotas para a importação de leite do Uruguai pelo Brasil. A Proposta prevê um limite de 3 mil toneladas por ano, incluindo o leite em pó, soros em pó e queijos.

A Proposta apresentada pelo Parlamentar brasileiro considera que a situação dos produtores de leite no Brasil é crítica, especialmente nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e Goiás. O documento enfatiza que no ano passado, os preços médios pagos aos produtores sofreram uma redução de 30,99% e que o principal gerador desta crise é a importação de leite em pó, soro em pó e queijos do Uruguai que entram no Brasil através do Rio Grande do Sul.

Segundo o documento elaborado por Schuch, a criação destas medidas é determinante para o equilíbrio econômico da cadeia produtiva do leite, em especial para os agricultores familiares, a fim de não destruir uma cadeia produtiva estruturada ao longo das ultimas décadas.

Importação do leite uruguaio em 2017
Entre os meses de outubro e novembro de 2017, o Ministério da Agricultura do Brasil decidiu suspender a compra de leite em pó do Uruguai, após uma reunião realizada entre representantes do governo federal e produtores rurais do Rio Grande do Sul.

Os produtores pediram uma investigação sobre a origem do leite em pó importado do país vizinho por alegar que o produto não era produzido no Uruguai, apontando uma possível triangulação na importação de leite e derivados.

A situação comercial foi reestabelecida após uma visita técnica realizada no país que pode esclarecer que a triangulação de lácteos não existiu. Segundo o Ministro da Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP) do Uruguai, os técnicos brasileiros ficaram surpresos pelo nível de rastreabilidade da cadeia láctea uruguaia, que inclui um sistema de registro do produto no caminhão que recebe o leite e medidores de amostras independentes utilizados pelos produtores para análises laboratoriais.