Agência PARLASUL (21/12/2017). Nesta quinta-feira, durante a 51ª Cúpula dos Chefes de Estado do MERCOSUL e Estados Associados, realizada na cidade de Brasília, o Presidente do Brasil, Michel Temer, iniciou a reunião falando sobre a defesa da democracia e da liberdade de expressão na região. "Defender a democracia não significa impor políticas (...) o pluralismo é a essência da democracia. O MERCOSUL está ficando cada vez mais forte”, disse Temer.
Do mesmo modo, o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes, enfatizou que os laços entre os órgãos executivos do MERCOSUL e do PARLASUL deveriam continuar a ser expandidos, "instância que reforça a natureza democrática do processo de integração". Também reforçou as palavras do Presidente Temer dizendo que foi graças à reconquista da democracia que continua a integração e o desenvolvimento dos povos.
Por sua vez, o Presidente argentino Mauricio Macri assegurou que "a negociação com a União Europeia é particularmente relevante" e que "o alegra" que haja coincidência nesse ponto porque, segundo ele, um acordo contribuirá para "a criação de emprego em nossos países". O Presidente indicou que, sob a presidência argentina, o G20 buscará "ser a expressão de uma região e não apenas de um país" e reiterou que darão uma "visão a partir do Sul" a esse fórum.
Em seguida, o Presidente do Paraguai, Horacio Cartes, explicou que o MERCOSUL nasceu como um acordo de integração econômico-comercial, em benefício dos povos e "nosso processo de integração sub-regional, deve caminhar no sentido dos desejos e objetivos incorporados no Tratado de Assunção, há mais de 26 anos”.
Por seu turno, o Presidente uruguaio Tabaré Vázquez expôs que além da diversidade e pluralidade que identifica o bloco, devem ser acordadas linhas de ação para superar deficiências que permitam melhorar o processo de integração. "Queremos e vemos possível e sustentável um acordo MERCOSUL-União Europeia e não estamos dispostos a perder tempo em negociações que não conduzam a nada", disse Vázquez.
Posteriormente, o Presidente da Bolívia, Evo Morales, falou sobre os direitos e proteção dos migrantes, além da necessidade de maior integração entre organismos regionais. "Propomos trabalhar na convergência dos nossos trabalhos de integração para criar uma reunião comercial única no âmbito da ALADI para criar um verdadeiro espaço que priorize as necessidades dos nossos povos (...) é um erro acreditar que as grandes potências vão solucionar nossos problemas, somos nós que devemos nos integrar como região com políticas complementares", expressou Morales.
Finalmente, Arlindo Chinaglia, Presidente do Parlamento do MERCOSUL, que participou das reuniões desta semana, falou na Cúpula dos Chefes de Estado do MERCOSUL e dos Estados Associados, discorrendo sobre a evolução do MERCOSUL, expressando que "em um processo de melhoria constante, avaliamos que o Parlamento do MERCOSUL também tem que evoluir".
Chinaglia também apontou que, como parte do processo, devemos discutir novamente as funções do PARLASUL, manifestando a necessidade de implementar o mecanismo de consulta para uma maior participação do Parlamento na aprovação dos Tratados Internacionais, de acordo ao previsto no Protocolo Constitutivo do Parlamento do MERCOSUL.