Observatório da Democracia acompanhou eleições de Honduras, que falharam na divulgação dos resultados

Agência PARLASUL (30/11/2017). O Observatório da Democracia, órgão do Parlamento do MERCOSUL, concluiu nesta segunda-feira (27) mais uma participação em missão internacional de observação eleitoral. Após as eleições legislativas da Argentina, em outubro, e as eleições gerais do Chile, no dia 19 de novembro, agora a delegação do Observatório acompanhou de perto o processo eleitoral de Honduras.

O eleitorado hondurenho foi às urnas no domingo (26) para escolher o novo Presidente da República e para eleger 128 Deputados do Congresso Nacional, 20 Deputados do Parlamento Centro-americano e 298 Prefeitos, assim como 2.092 legisladores municipais.

A comitiva do Observatório foi composta pelos Parlamentares Victor Santa María (Argentina) e Luis Emilio Rondón (Venezuela), juntamente com o Diretor do órgão, Alexandre Andreatta. A agenda da missão consistiu em reuniões com autoridades públicas responsáveis pelo processo eleitoral, por visitas a locais de votação – na abertura, no decorrer e no encerramento do sufrágio – e pelo acompanhamento do início da apuração dos resultados, etapa que se mostrou a mais frágil, segundo os observadores.

“Tivemos um diálogo com membros dos órgãos eleitorais, que estiveram discutindo e conversando com observadores internacionais sobre o futuro imediato do processo e nos garantindo que este teria um escrutínio absolutamente rápido, coisa que alenta muito o funcionamento das democracias latino-americanas. Lamentavelmente não foi assim. Quando se encerrou o processo eleitoral no domingo, esperava-se para as 7 da noite o primeiro boletim e não houve esse boletim, tampouco às 9 da noite houve. E as pessoas começaram a se preocupar com a ausência de informações oficiais”, relatou o Parlamentar Rondón, que atestigua a tranquilidade da votação em si e “o comportamento pacífico e democrático” do povo hondurenho.

“Não pudemos constatar irregularidades maiores em nenhum dos centros que visitamos. Ao contrário, em cada um deles vimos uma participação ativa do povo que pretendia exercer o seu direito sem maiores limitações do que a que estabelece a lei. Tudo se desenvolveu com absoluta normalidade”, expôs o representante venezuelano.

Na opinião de Rondón, a demora na divulgação dos resultados “mancha um pouco esse processo” e não permite uma avaliação completamente satisfatória. “Se isso ocorreu para a [eleição da] Presidência da República, imaginem vocês a complicação para a eleição do Congresso hondurenho e dos Deputados do PARLACEN, parlamento regional dos países da América Central. Consideramos que cumprimos a nossa tarefa e muito em breve estaremos apresentando um informe detalhado, pormenorizado, com as impressões recolhidas pela delegação do PARLASUL”, finalizou.

A Missão de Observação Eleitoral da União Europeia (MOE-EU) também criticou a demora na divulgação dos resultados. Em comunicado de imprensa, Marisa Matías, deputada do Parlamento Europeu e chefe da MOE-UE, disse que “para garantir a máxima tranquilidade de todos os atores do país, há que evitar deixar espaços para as dúvidas e a incerteza”.

Até as 17h desta quinta-feira (30), o Tribunal Superior Eleitoral havia chegado a 91,09% de votos apurados. Na disputa pela Presidência aparecia à frente o atual Presidente Juan Hernández, do Partido Nacional, candidato à reeleição, com 42,74% dos votos válidos. Salvador Nasralia, da Aliança de Oposição contra a Ditadura, tinha 41,55%.