Agência PARLASUL (22/09/17). Um comunicado assinado por 55 Parlamentares da Assembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana (EuroLat), divulgado na segunda-feira (18), denuncia o desaparecimento do jovem artesão argentino Santiago Maldonado, 27 anos, enquanto participava de uma mobilização do povo Mapuche em Esquel, província de Chubut, no dia 1º de agosto.
No texto, os Parlamentares pedem que a EuroLat se some aos esforços de cobrar do Estado argentino que tome as medidas necessárias para solucionar o caso.
Nesta sexta-feira (22), a Justiça argentina afastou do caso o juiz federal de Esquel, Guido Otranto, e o substituiu pelo juiz da cidade de Rawson, Gustavo Lleral. O afastamento se deu a partir do pedido da família do desaparecido, que acusou o magistrado original de não ter promovido qualquer avanço na investigação.
De acordo com o comunicado dos Parlamentares, “a repressão policial contra a comunidade Mapuche culminou com a desaparição do jovem” e “diferentes fontes apontam a existência de uma atuação irregular da Gendarmeria”, o órgão policial envolvido no episódio.
As “tentativas de criminalização do protesto” e de desviar o foco do caso por parte do governo argentino foram rechaçadas pelos signatários da nota, que exigem “que se apurem todas as responsabilidades não apenas da Gendarmeria, mas também do Estado argentino”.
Pelo Parlamento do Mercosul assinaram a nota Diego Mansilla e Julia Perie, da Argentina, juntamente com Daniel Caggiani e Luis Enrique Gallo, do Uruguai.