Agência PARLASUL (15/09/17). Uma comitiva da Mesa Diretora do Parlamento do MERCOSUL, coordenada pelo Presidente Arlindo Chinaglia (Brasil), realizou nesta sexta-feira (15) uma série de reuniões em Caracas, capital da Venezuela, com o objetivo de promover o diálogo para que a crise política deste país seja superada.
“Aumentou bastante a nossa percepção sobre fatos e episódios na Venezuela, mas vamos manter esta atitude de procurar compreender e termos segurança de cada fato e relato”, resumiu Chinaglia.
Os Vice-presidentes Daniel Caggiani (Uruguai) e Hernán Cornejo (Argentina), além do Parlamentar brasileiro Ságuas Moraes, participaram da visita. A agenda da delegação do PARLASUL teve início no Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela - CNE (foto).
A Presidenta do CNE, Tibisay Lucena, que trabalha no órgão há mais de vinte anos, apresentou à comitiva um apanhado histórico das constituições do país e defendeu a legitimidade do atual processo constituinte.
Na sequência, os Parlamentares se reuniram com o Presidente do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), Maikel Moreno, que se comprometeu a enviar documentos que demonstram a legalidade das decisões que a Corte tem tomado. A atual composição do TSJ é motivo de fortes críticas por parte da oposição venezuelana, que a acusa de ser pró-governista.
Um momento marcante da visita foi o encontro dos Parlamentares com pessoas cujas famílias possuem vítimas que faleceram durante os conflitos ocorridos no país nos últimos meses. Os representantes do PARLASUL se disseram positivamente surpresos com a postura destas pessoas, que não aparentaram possuir sentimento de revanchismo, apesar da dor que sofrem pela perda dos seus entes queridos.
Também foram ouvidos pelo PARLASUL diversos representantes da Assembleia Nacional, com maioria oposicionista e presidida pela oposição ao governo; o Ministro de Relações Exteriores, Jorge Arreaza; a Presidenta da Assembleia Nacional Constituinte, a ex-chanceler Delcy Rodríguez; e integrantes da Comissão de Relações Internacionais deste mesmo órgão.
“Nós respeitamos todos os relatos, para que de fato possamos, como Parlamento, contribuir para que a Venezuela siga por seus próprios caminhos, com soberania, com autonomia, e encontre a serenidade politica, o desenvolvimento econômico, que é o que todos nós queremos”, explicou Arlindo Chinaglia.
O Parlamentar brasileiro ainda elogiou a iniciativa da República Dominicana, que propôs a criação de um grupo composto por representantes de seis países para acompanhar e estimular o diálogo entre governo e oposição.
Nos encontros com as autoridades e nas entrevistas, Chinaglia também recordou que o plenário do PARLASUL aprovou, na sessão do dia 21 de agosto, uma Declaração que rechaça qualquer tipo de intervenção externa na Venezuela, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mencionou a possibilidade de uma eventual intervenção militar no país caribenho.
Repercussão – Nesta tarde, enquanto se desenrolava a agenda da visita, o termo “PARLASUR” figurou durante várias horas entre os assuntos mais debatidos do Twitter na Venezuela, o que mostra a visibilidade e a importância da visita do Parlamento do MERCOSUL junto à população local.