Divergências no PARLASUL por status da participação da delegação venezuelana

Agência PARLASUL (05/09/2017). Devido à suspensão da Venezuela do MERCOSUL, na última XLIX Sessão Ordinária, diferentes Parlamentares opinaram sobre a forma de participação da delegação venezuelana dentro do PARLASUL.

Por um lado, o Vice-presidente pelo Uruguai, Daniel Caggiani explicou que após a Mesa Diretora se chegou a um acordo onde se ratifica a presença da Venezuela no PARLASUL, “este é um lugar aonde os venezuelanos vão a ter voz do que ocorre no MERCOSUL e na Venezuela”. Para isso esclareceu que é importante definir uma reunião para tentar resolver com a delegação venezuelana as formas de sua participação dentro do PARLASUL.

Para o Parlamentar argentino Alberto Asseff, o PARLASUL deve pronunciar-se sobre esta situação, onde se ofereça a instituição “como âmbito para o diálogo, a reconstrução da democracia na Venezuela (…) aqui tem um âmbito para dialogar, para encontrar os caminhos de uma saída pacífica da Venezuela”. Da mesma forma, Asseff sinalizou que “somos partidários de que se mantenha a delegação com voz e voto, já que este órgão é autônomo porque representa aos povos”.

Assim mesmo, durante o Plenário, a Parlamentar Ana María Corradi apresentou uma proposta de Declaração assinada pelo bloco da Frente para a Vitória e outros Parlamentares do PARLASUL na que se expressa a decisão de acompanhar e contribuir a permanência da Venezuela no Parlamento do MERCOSUL.

Por outro lado, a Parlamentar argentina Lilia Puig opina que se obstaculizou o tema da Venezuela dentro do PARLASUL, “não querem aceitar que na Venezuela há uma ditadura e que se rompeu a ordem democrática”, expôs Puig.

Da mesma forma, Pablo Iturralde, membro da Delegação uruguaia, falou de uma “cumplicidade das forças progressistas ao encobrir o golpe na Venezuela (…) não se preocupam com este tema e evitam a discussão, o MERCOSUL foi pensado para nos proteger e atuar de forma democrática e aqui se faz todo o contrario”. Iturralde também expôs que “o PARLASUL está perdendo um espaço para o que poderia haver ganhado muito mais credibilidade junto aos cidadãos”.

Para o Parlamentar da Venezuela, Williams Dávila, a Assembleia Nacional é a legítima representante do povo e “nós somos representantes dessa Assembleia Nacional aqui no PARLASUL e não a Assembleia Nacional Constituinte, que quer mediante pressão da Chancelaria com gente dos países do MERCOSUL, pressionar para que a delegação da Venezuela a tirem do PARLASUL”, expressou o Parlamentar Dávila.

Por último, o Parlamentar Celso Russomanno, Presidente da Delegação do Brasil, manifestou a sua preocupação com a situação, “porque os Estados Partes suspenderam a Venezuela de seus deveres e direitos”. O Parlamentar considera que a delegação venezuelana deve manter seu direito a voz, mas sem voto, e que discutirão na próxima reunião, onde participem os Parlamentares venezuelanos, uma vez que na última Sessão Plenária não participaram os representantes da Mesa Diretora pela Venezuela.

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