Agência PARLASUL (25-05-2017). Membros do Parlamento Europeu e Parlamentares da América Latina se reuniram de 22 a 24 de maio em Florença, Itália, onde trataram sobre temas da atualidade na Europa e América Latina, como Brexit, atentado de Mánchester, situação em Colômbia, Brasil, Cuba y Venezuela, entre outros. Os Parlamentares também analisaram em grupos de trabalho as questões mais importantes da relação bilateral.
Na inauguração formal, na terça-feira, 23 de maio, estiveram presentes o Presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, e os dois Co-presidentes da Assembleia Euro-Latino-americana (EuroLat), Ramón Jáuregui (Espanha), e Roberto Requião (Brasil). Do Parlamento do MERCOSUL participaram os Parlamentares Julia Perié e Diego Mansilla (Argentina); Eliana Berton e Benita Díaz (Bolívia); Roberto Requião (Brasil); Mirtha Palacios (Paraguai); Daniel Caggiani, Luis Gallo, Juan José Olaizola e Susana Montaner (Uruguai); Saúl Ortega (Venezuela).
O Parlamentar Roberto Requião, Co-presidente da EuroLat e Presidente da Delegação do Brasil no PARLASUL, em seu pronunciamento analisou a relação dos dois continentes e afirmou que as políticas neoliberais de austeridade não vão tirar nenhum país da crise. “Não há outra saída. Latino-americanos e europeus estamos destinados, somos forçados a buscar alternativas de forma associada, de comum acordo”.
O Parlamentar Diego Mansilla da Argentina, membro da Comissão de Assuntos Econômicos indicou que entre os temas tratados, se aprovou um informe sobre a repercussão das negociações para o Tratado Transatlântico de Comércio e Inversões (TTIP) e o Acordo Transpacífico de Cooperação Econômica (TPP) na relação comercial UE-América-Latina, na qual votou contra, argumentando que esses tratados "são favoráveis somente às grandes potências e às multinacionais, em detrimento de nossas pequenas empresas e das indústrias do bloco regional, reprimarizando nossas economias e resignando os povos ao desemprego e a pobreza”. Na comissão também trataram sobre a volatilidade dos preços dos alimentos, a proposta de uma reserva mundial de alimentos, o futuro do multilateralismo no contexto pós Nairobi e a pesca ilegal não declarada e não regulamentada.
Na Comissão de Desenvolvimento Sustentável debateram sobre os obstáculos em alguns países da União Européia à importação de soja transgênica procedente da América Latina, os intercâmbios de pesquisadores e estudantes para trabalhar, por exemplo, em projetos de infraestrutura, e a cooperação ante emergências sanitárias. A Parlamentar Julia Perié da Argentina, é Co-presidente dessa Comissão.
Na Comissão de Assuntos Sociais discutiram sobre responsabilidade social corporativa, economia submersa, luta contra a desigualdade diante das políticas de coesão social, desaparecimentos forçados de menores e violência contra os menores na América Latina. A Comissão de Assuntos Políticos se centrou na reestruturação da dívida soberana, na justiça e luta contra a impunidade e a corrupção, a cooperação no âmbito da aviação e da segurança aeronáutica e nos avanços para uma melhor regulação dos grupos de pressão.
A Presidenta do Foro Euro-Latino-americano da Mulher, a Parlamentar Mirtha Palacios do Paraguai, indicou que as Parlamentares latino-americanas e europeias trataram sobre as relações comerciais dos continentes, sobre a paridade de gênero, a situação da mulher nos âmbitos políticos e a erradicação da Violência política contra a mulher. Também informou que se reuniram com o Cardenal Gianfranco Ravassi no Conselho Pontificio da Cultura, onde discutiram as reivindicações da mulher.
O Parlamentar venezuelano Saúl Ortega, através da sua conta de twitter, exigiu na sua condição de Co-vice-presidente da EuroLat que se “respeite a Venezuela como membro da EuroLat (…) e nos retiramos do Foro no bloco”. Ortega solicitou “respeito à cidadania” em claro desacordo com as palavras do Presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani através de uma declaração assinada por vários Parlamentares presentes.
Parlamentares do grupo Esquerda Unida Europeia - Esquerda Verde Nórdica (GUE-NGL), no Parlamento Europeu, a Bancada Progressista do PARLASUL e os Parlamentares de esquerda do PARLATINO, PARLACEN e PARLANDINO celebraram a firma do Acordo de diálogo político e cooperação entre Cuba e a União Europeia (UE).
O qué a EuroLat?
O Parlamentares se concentraram em preparar a próxima cúpula UE-CELAC (Comunidade de Estados Latinoamericanos e Caribeños), que será realizada em El Salvador em outubro de 2017.
A Assembleia Parlamentar Euro-Latino-americana (EuroLat) e a instituição parlamentar da Associação Estratégica Birregional, estabelecida em junho de 1999 no marco das Cúpulas UE-América Latina e o Caribe. EuroLat foi criada em 2006. Sua sessão constitutiva teve lugar em novembro desse ano em Bruxelas.
Está composta por 150 membros, 75 do Parlamento Europeu e 75 do componente latino-americano, incluídos Parlatino (Parlamento Latino-americano), Parlandino (Parlamento Andino), Parlacen (Parlamento Centroamericano) y PARLASUL (Parlamento do MERCOSUR). Dada a existência de comissões parlamentarias mistas UE/México e UE/Chile, os Congressos mexicano e chileno também estão representados na EuroLat.
Fonte: Parlamento Europeu e agências de notícias.