Segundo o parlamentar brasileiro, as eleições transcorrem sem incidentes. "Percorri até agora oito locais de votação na capital Luanda e na região metropolitana, inclusive em regiões de favelas, muito pobres. Pelo que pude notar, as eleições estão bem organizadas e os mesários, bem treinados", disse Doutor Rosinha. "Não havia mais do que dez pessoas nas filas em cada seção eleitoral, sempre em clima de tranquilidade."
De acordo com Doutor Rosinha, só entram nos locais de votação as pessoas habilitadas para votar ou quem está trabalhando. "Logo nos portões das escolas há um funcionário com um aparelho eletrônico que informa se o documento do eleitor corresponde ou não ao local de votação", diz o deputado, que também é vice-presidente brasileiro do Parlasul. "Não há nenhum tipo de obstrução ao nosso trabalho de observador. nas ruas, o que mais ouço dos angolanos é que não querem mais guerra e violência, querem paz. "
O voto é feito em cédulas e a apuração acontece nos próprios locais de votação, que termina às 18 horas no horário local (14 horas no horário de Brasília). "Nós, observadores, abrimos algumas urnas pela manhã e vamos também acompanhar a apuração", informa Rosinha. Cerca de 700 observadores eleitorais estrangeiros foram credenciados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE).
O país elegerá 220 deputados para a Assembleia Nacional. O sistema de votação é por lista fechada. Há nove partidos ou coligações. O primeiro da lista mais votada será eleito presidente e a proporção dos votos definirá a composição do Legislativo.
Angola viveu em guerra por quatro décadas. De 1961 até 1975, os combates se deram entre os colonizadores portugueses e forças rebeldes. Após a independência, entre 1975 e 2002, houve uma disputa interna entre as três principais facções que disputavam o poder: o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e a União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita). Estima-se que meio milhão de angolanos morreram ao longo desses 27 anos de guerra civil.
Nas últimas eleições legislativas, em 2008, apesar de o voto não ser obrigatório, 90% dos eleitores aptos a votar compareceram às urnas. O MPLA alcançou, na ocasião, 82% dos votos, conquistando 191 das 220 cadeiras do Parlamento unicameral. A Unita obteve 10% dos votos e elegeu 16 deputados. Desde fevereiro de 2010 o país tem uma nova Constituição. Não há eleições para governadores de províncias, que são indicados pelo presidente.
O atual presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, é candidato pelo MPLA. Santos ocupa o cargo há 33 anos, desde 1979, quando morreu Agostinho Neto, o primeiro presidente após a independência do país. A Unita, que havia ameaçado boicotar o processo eleitoral, confirmou esta semana a sua participação no processo eleitoral.
"Nos últimos dias havia muita tranquilidade nas ruas. Pouco se falava das eleições e pouco se via de propaganda", relata Doutor Rosinha, que desembarcou em Angola na última terça-feira (28). "Havia apenas alguns cartazes pregados em muros e tapumes e algumas bandeiras penduradas, principalmente do MPLA."
Fonte: Assessoria do Parlamentar Dr. Rosinha